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Germinação de sementes em diferentes tratamentos e desenvolvimento de plantas de Passiflora elegans Mast. (Passifloraceae) durante um ano de avaliação
Rafael Loreto Sinhor, Juliana Marcia Rogalski, Maísa Naeher, Talissa Baroni, Angela Julia Dorn, Eduardo Bedin Pasquetti, Fabrício Fiebig de Paz, Samara Assunção Antunes, Lucas Gaspar Kummer

Última alteração: 28-12-2024

Resumo


A liana Passiflora elegans Mast. (maracujá-de-estalo) é nativa do Brasil e possui potencial alimentar, medicinal e ornamental, porém encontra-se ameaçada de extinção. A germinação é difícil, devido à dureza do tegumento. Este estudo objetivou avaliar a germinação de sementes de P. elegans, em diferentes tratamentos, e caracterizar o desenvolvimento inicial das plantas. Foram coletadas 1.600 sementes, em Ibiaçá e Sertão (RS). A  germinação foi conduzida em delineamento inteiramente casualizado, utilizando 2 substratos (areia e vermiculita) X 4 tratamentos de embebição de sementes: 1) controle (água destilada); 2) ácido sulfúrico (H₂SO₄ 80%); 3) nitrato de potássio (KNO₃ 0,1%); e 4) ácido giberélico (GA3 500 mg.L⁻¹). O tempo de embebição das sementes foi de 48 horas. Entretanto, no tratamento 2, após uma hora de imersão em H₂SO₄ (80%), as sementes foram imersas em água destilada por mais 47 horas. A semeadura ocorreu em bandejas de poliestireno. Cada tratamento continha quatro repetições com 50 sementes cada, totalizando 800 sementes. Após a emergência, as plântulas foram transplantadas para vasos plásticos, contendo composto orgânico. Bandejas e vasos foram mantidos em casa de vegetação (25ºC; irrigação diária) e monitorados semanalmente por 12 meses. Foram avaliados: altura total da planta e diâmetro do caule, com auxílio de paquímetro digital e fita métrica; e número de folhas. Os dados de porcentagem de germinação foram submetidos à análise de variância e ao teste Tukey (α = 0,05). O desenvolvimento das plantas foi avaliado por estatísticas descritivas (média ± intervalo de confiança) e correlações de Pearson (P < 0,05) para as variáveis analisadas. A maior porcentagem de germinação ocorreu no tratamento com KNO₃ e vermiculita (32%), seguido por KNO₃ e areia (26%), H₂SO₄ e vermiculita (22,5%), e GA3 e vermiculita (20,5%). Os tratamentos com H₂SO₄ e areia (13,5%), controle e areia (13,0%) e controle e vermiculita (16,5%) mostraram germinação intermediária. O menor valor foi registrado em GA3 e vermiculita (6,0%). Após 12 meses, a altura média das plantas foi de 1.043,53 ± 68,10 mm, variando de 230 a 2.670 mm; e o diâmetro médio do caule de 4,36 ± 0,18 mm, variando de 1,86 a 7,80 mm. O número de folhas por planta variou de 20 a 137, com média de 77 ± 3,32. Correlações significativas foram observadas entre: altura e diâmetro do caule (r = 0,86); altura e número de folhas (r = 0,92); e diâmetro e número de folhas (r = 0,88). Os resultados indicaram que KNO₃ e vermiculita são eficientes na germinação de P. elegans, porém em P. setacea e P. alata as melhores respostas ocorreram com GA3 e escuro, evidenciando necessidades específicas. Outro estudo com P. elegans registrou apenas 11% de germinação, assim possivelmente os tratamentos utilizados contribuíram para a quebra da dormência das sementes.


Palavras-chave


Escarificação de sementes; Espécie ameaçada; Maracujá-de-estalo.

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