Portal de Eventos do IFRS, 9º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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A linguagem na neurose obsessiva
Kamilly Martins Sarturi, Rogério Foschiera

Última alteração: 28-12-2024

Resumo


A linguagem da neurose obsessiva busca, dentro do projeto de pesquisa “A centralidade da linguagem na experiência psicanalítica”, fazer uma releitura dos estudos realizados por Sigmund Freud e Jacques Lacan, procurando compreender se a linguagem desempenha uma função essencial na psicanálise. O tema escolhido baseia-se no fato de que os indivíduos com neurose obsessiva frequentemente desconhecem a origem dela, e isso ocorre, pois a causa dessa condição permanece inconsciente no aparelho psíquico. Posto isso, a linguagem torna-se fundamental para acessar o inconsciente do paciente, já que ele utiliza da fala para revelar os seus conflitos internos ao psicanalista. Assim, o presente trabalho busca compreender a importância e o papel da linguagem na psicanálise, identificar os principais conceitos que fundamentam a compreensão psicanalítica sobre o papel da linguagem e aprofundar a importância das relações conceituais entre as obras de Jacques Lacan e de Sigmund Freud. Durante esta pesquisa foram realizadas leituras sobre a temática da neurose obsessiva na psicanálise, com a intenção de analisar e interpretar as suas principais ideias e relações de forma didática, e também demonstrando a ligação entre a impossibilidade de satisfazer desejos e os sintomas obsessivos que surgem de maneira inconsciente no sujeito. O trabalho utiliza uma abordagem de pesquisa qualitativa e uma metodologia hermenêutica, com base na interpretação de obras selecionadas de Jacques Lacan e Sigmund Freud e com o auxílio de comentadores, como a autora Maria Anita Carneiro Ribeiro. A pesquisa obteve resultados parciais, o que permite a criação de um material dinâmico que pode oferecer uma perspectiva contemporânea, freudiana e lacaniana sobre a temática da neurose obsessiva. Então, após demonstrar como ela se desenvolve, é realizada a contextualização da linguagem presente nas neuroses. Logo, é conclusivo que as neuroses surgem de conflitos não resolvidos na infância e de desejos reprimidos que se tornam inconscientes. Segundo Freud, a repressão é um mecanismo de defesa do ego que suprime desejos instintivos, geralmente sexuais ou agressivos, que entram em conflito com as normas sociais do superego. Quando esses desejos são considerados inaceitáveis ou ameaçadores, o superego atua como um censor, empurrado-os para o inconsciente, onde permanecem reprimidos e podem ressurgir como neuroses obsessivas que caracterizam-se por pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos. Na linguagem, a metonímia, figura de linguagem que substitui termos, é fundamental para entender a neurose obsessiva, pois é um dos principais processos linguísticos que estruturam a linguagem do inconsciente. Lacan comparou-a ao deslocamento freudiano, onde significados são transferidos entre significantes, permitindo, assim, que o obsessivo lide indiretamente com seu desejo reprimido através do sintoma. Dito isso, a linguagem obsessiva é caracterizada por um uso peculiar do significante e estruturada pela metonímia. Portanto, analisar esse processo linguístico é crucial para entender a neurose obsessiva na psicanálise.



Palavras-chave


Neurose Obsessiva; Desejos; Inconsciente

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