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Iniciativas de ensino e a flora nativa: conectando saberes e promovendo aprendizado de maneira interdisciplinar
Última alteração: 20-12-2024
Resumo
O Brasil, país com uma das maiores biodiversidades do mundo, enfrenta o desafio de valorizar essa riqueza no âmbito educacional. Muitos estudantes veem a biologia como uma disciplina teórica e desinteressante, sem perceber seu impacto prático no cotidiano, na saúde, na alimentação e na sustentabilidade. Neste contexto educacional de desinteresse crescente, é urgente encontrar abordagens que despertem a motivação e promovam a compreensão da importância da flora nativa. Esta, com sua diversidade e aplicabilidade, é oportuna para contextualizar conceitos, ao mesmo tempo que promove uma maior conscientização ambiental e articulação entre diferentes áreas do saber. O projeto de ensino "Pra não dizer que não falei das flores" é voltado principalmente para alunos dos cursos técnicos e superiores do IFRS, campus Porto Alegre, com foco em áreas como gestão ambiental, biotecnologia, meio ambiente e licenciatura em ciências da natureza. O objetivo é enfrentar a falta de conexão entre os conteúdos escolares de ciências naturais e a vida cotidiana dos alunos, especialmente em relação à flora nativa e ao meio ambiente. A metodologia do projeto prevê a realização de ações de ensino complementares aos conteúdos dos componentes curriculares, versando sobre temáticas contemporâneas que permitam abordagens contextualizadas. Como resultado, foram realizadas, até o momento, diferentes ações. A primeira delas foi uma roda de conversa alusiva ao Dia Nacional da Botânica, apresentando a história de Martius, que conduziu, no Brasil, uma das mais relevantes pesquisas botânicas do mundo. Posteriormente, iniciamos a ação "Árvore do mês", por meio da qual, mensalmente, uma espécie nativa é escolhida para ser estudada e divulgada para a comunidade do campus. Elaboramos um card com breves informações sobre a árvore e, nele, consta um QR code que direciona para um arquivo com informações mais detalhadas. Além disso, realizamos, por meio de análise dos projetos pedagógicos dos cursos, um levantamento das disciplinas cujas ementas contêm conteúdos relacionados aos objetivos do projeto. Com base nesse levantamento, elaboramos e aplicamos um questionário para avaliar o interesse dos professores em desenvolver esses conteúdos com o apoio do projeto. A partir das respostas, foram planejadas e estão em execução uma série de atividades para o segundo semestre de 2024. Nossos resultados indicam que as ações realizadas têm tido êxito em ampliar a sensibilidade e a percepção do público atendido em relação às árvores nativas e outros temas desenvolvidos. O projeto continua focado em melhorar o aprendizado dos estudantes do campus, por meio de atividades diversificadas e inovadoras que promovem maior engajamento e integração com os temas abordados. Como perspectiva futura, pretendemos expandir o conhecimento sobre conceitos e eventos biológicos, conectando-os a situações do cotidiano, elevando, com isso, a motivação para o estudo e aumentando o interesse e a participação dos alunos.
Palavras-chave
Cegueira botânica; Ensino de botânica; Aprendizagem significativa.
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