A economia circular é uma abordagem inovadora que vai além das práticas ambientais convencionais, promovendo a inclusão social e econômica. Esse modelo busca a utilização eficiente dos recursos e a redução do desperdício através da reutilização, reciclagem e prolongamento da vida útil dos produtos. No setor de vestuário, a reutilização de roupas ilustra de maneira clara como a economia circular pode beneficiar diretamente as populações vulneráveis. As roupas usadas podem ser reaproveitadas de várias maneiras. Doações diretas, organizadas por ONGs e parcerias governamentais, garantem que as roupas cheguem rapidamente a quem precisa, sem intermediários. Brechós convencionais oferecem roupas a preços acessíveis, enquanto brechós solidários, com foco social, disponibilizam peças a preços simbólicos ou gratuitamente, facilitando o acesso ao vestuário para pessoas de baixa renda. Além disso, sistemas de troca de roupas permitem o compartilhamento sem transações financeiras, promovendo a solidariedade e ampliando o acesso ao vestuário. As práticas de reparo, customização e upcycling também desempenham um papel crucial na prolongação da vida útil das roupas. A troca entre amigos e familiares, bem como o aluguel de roupas, são alternativas que ajudam a evitar a compra de peças novas. Essas iniciativas promovem a inclusão social e o empoderamento econômico, reduzindo o impacto ambiental e garantindo acesso a roupas de qualidade a preços acessíveis ou gratuitamente. Dessa forma, reforçam a dignidade e atendem a necessidades básicas sem comprometer as finanças. O objetivo desta pesquisa foi analisar as diversas formas como consumidores vulneráveis utilizam roupas de segunda mão, contribuindo, assim, para a economia circular. Utilizou-se o método survey com uma amostragem de 120 participantes. As análises revelaram que a maioria dos entrevistados concorda plenamente com a aquisição de roupas de segunda mão através de doações. Brechós solidários também se destacam como uma alternativa importante para a obtenção de roupas.Embora compras em brechós e trocas de roupas entre familiares e amigos tenham alguma adesão, essas práticas ainda não são expressivas. A maioria dos participantes discordou de utilizar serviços de costureira ou de praticar upcycling. Além disso, o aluguel de roupas foi quase inexistente entre os entrevistados. Esses resultados mostram que a prevalência de doações de roupas e brechós solidários são as principais formas de aquisição dessas peças, evidenciando o impacto positivo dessas iniciativas na inclusão social. O estudo concluiu que, ao oferecer acesso a vestuário de qualidade a preços baixos ou gratuitamente para populações vulneráveis, essas práticas reduzem o desperdício e promovem o uso eficiente dos recursos contribuindo, assim, para uma redução do desperdício e um uso mais eficiente dos recursos, reforçando a dignidade dos indivíduos e promovendo uma cultura de economia circular que beneficia a sociedade como um todo.