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Mostras de si: propícios e desafios indiciados nas verbalizações dos estudantes LGTBQIA+ do campus Rio Grande do IFRS
Última alteração: 27-12-2024
Resumo
Apesar dos avanços em prol da igualdade de gênero e das discussões acerca de gênero e sexualidade, vivemos em uma sociedade cisheteronormativa que tende a marginalizar e invisibilizar experiências que desviam do padrão socialmente estabelecido. Compreendendo a escola como um microcosmo da sociedade, é imperativa a discussão sobre gênero e sexualidade nos espaços educacionais. O objetivo desta pesquisa é identificar, através de posições discursivas, os desafios e as potencialidades da comunidade LGBTQIA+ no campus Rio Grande do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). Para tanto, traçamos como objetivos específicos: (1) examinar, nos textos verbovisuais e nas diversas verbalizações dos instrumentos de pesquisa, os sentimentos emergentes sobre ser parte da comunidade LGBTQIA+ no campus; mapear e categorizar o perfil dessa comunidade; e propor estratégias para enfrentar os desafios no contexto do campus. Os resultados parciais, obtidos a partir de um questionário, buscaram mapear o perfil da comunidade LGBTQIA+, investigar conhecimentos prévios sobre termos fundamentais e verificar o nível de segurança no campus, abordando temas como orgulho, dificuldades, acolhimento e pertencimento. A pesquisa forneceu dados essenciais para a criação de um perfil demográfico, observando fatores como faixa etária, identidade de gênero, orientação sexual, etnia, escolaridade, curso e ano dos participantes. A maioria dos respondentes é composta por maiores de idade (60,42%), mulheres cisgênero (77,08%), pessoas brancas (76%), bissexuais (55,1%) e estudantes do quarto ano do Ensino Médio Integrado (38,3%). Embora o campus seja acolhedor para muitos estudantes LGBTQIA+, os desafios persistem, especialmente no que diz respeito à segurança e conforto em espaços comuns, como banheiros e áreas de convivência. Parte significativa dos participantes enfrenta dificuldades ligadas ao medo de rejeição e discriminação. A pesquisa destacou a importância de redes de apoio, como o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade (NEPGS) e o Centro Estudantil Unificado (CEU), que ajudam a construir um ambiente mais inclusivo. Conclui-se que, apesar dos avanços, é necessária a implementação de políticas institucionais mais inclusivas e de formações continuadas para todos os membros da comunidade acadêmica, incluindo treinamentos em comunicação inclusiva, práticas antidiscriminatórias e abordagens educativas baseadas em estudos de caso, adaptadas para estudantes e servidores. Espera-se que os resultados desta pesquisa impactem não só o campus Rio Grande, mas todo o IFRS, promovendo debate, reflexão e transformação em relação aos desafios e potencialidades da comunidade LGBTQIA+.
Palavras-chave
IFRS; LGTBQIA+; Identidades.
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