Última alteração: 22-12-2023
Resumo
Os países signatários da Declaração Universal dos Direitos Humanos incubiram-se pela divulgação dos valores humanitários contidos na carta. No caso brasileiro, a Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012, instituiu diretrizes nacionais para a educação em direitos humanos nas escolas e universidades. Contudo, verificou-se um escasso número de estudos que tratavam da efetividade de sua aplicação. Assim, tem-se, como objeto de estudo, os Modelos da Organização das Nações Unidas, que constituem exercícios escolares e acadêmicos de simulação de sessões, encontros, cúpulas e conferências da Organização das Nações Unidas (ONU). Busca-se analisar, especificamente, os Modelos das Nações Unidas a partir de três planos: o diagnóstico, a fim de mapear as experiências no Brasil; o curricular, indicando sua estrutura metodológica; e o da educação em direitos humanos, concebendo suas peculiaridades pedagógicas. Para isso, recorre-se a revisão bibliográfica e pesquisa documental. Como conclusões parciais, verifica-se que essas simulações, em primeira análise, constituem exercícios baseados na estratégia de ensino “problem based-learning", em que os estudantes recebem o desafio de solucionar problemas propostos, geralmente em equipe e de forma autônoma. Além disso, representam um instrumento de convergência com os objetivos pretendidos pelos debates internacionais acerca da cidadania global e da democracia cosmopolita. Os dados empíricos coletados ainda são preliminares, mas indicam que os modelos das nações unidas estão presentes em todas as regiões do país. As simulações ocorrem na forma de eventos esporádicos, enquanto a formação dos estudantes é perene. As interlocuções entre as instituições federais e as escolas de educação básica da rede pública caracterizam o que se denomina como “projeto de extensão” na estrutura educacional brasileira. Já as escolas particulares incentivam a realização dessas atividades como forma de compor extracurricularmente a formação de seus estudantes.