O projeto de Ensino Campo Cultural: um espaço/tempo para a experiência estética foi pensado para trazer novas experiências e aprendizados aos estudantes por meio de expressões artísticas. Existe desde 2014, porém como projeto de ensino a partir de 2016. A exibição semanal de filmes já é uma atividade consolidada, no entanto, a cada ano outras ações são criadas pelos bolsistas e coordenadora, mas sem o compromisso de que se repitam, poderiam até ser chamadas de aleatórias, a ideia surge e o grupo motiva-se a realizar. Este trabalho trata de duas destas atividades. “Casa do terror” e “Tributo a Rita Lee”. A “Casa do terror” foi criada como uma possibilidade de fazer com que os participantes experimentassem a emoção de medo conscientes de que toda ambientação era para este fim. Música de suspense, penumbra, panos brancos pintados de vermelho e as pessoas maquiadas que participaram do cenário provocaram os sentidos das pessoas. Nesta atividade, os participantes escutavam uma história horripilante lida por um dos bolsistas antes de entrarem no cenário. Após a vivência, verificou-se a euforia produzida pelo que aconteceu dentro do salão e deste fato, deduziu-se que as emoções não estão sob o controle dos sujeitos, pois mesmo conscientes da simulação não conseguiram controlar seu medo. A outra atividade, “Tributo a Rita Lee”, foi uma homenagem ao ícone do rock nacional que morreu neste ano e objetivou provocar o contato dos estudantes com uma música que está vinculada com profundas transformações sociais de um período histórico. Nesta atividade, os estudantes dançaram muito e o estilo musical foi além do rock, trouxe também a sertaneja, o funk e músicas com coreografias conhecidas pelos participantes e servidores que ali estavam. Ambas as atividades foram planejadas nas reuniões do projeto e realizadas no salão de festas da residência estudantil. Os bolsistas criaram os cenários das atividades de modo a incentivar a externalização de sentimentos dos participantes. Observou-se que estas atividades proporcionaram aos participantes extravasar suas emoções sem medo de se sentirem julgados. Constata-se, portanto, a relevância de proporcionar experiências da ordem do sensível, pois estas contribuem para que os sujeitos se constituam mais tolerantes com a diversidade e, com isso, desenvolvam relações interpessoais mais saudáveis e potentes.