Última alteração: 22-12-2023
Resumo
Dentre as adversidades que impactam as colônias da espécie Apis mellifera, o ácaro Varroa destructor emerge como uma das mais sérias ameaças. Este ectoparasita incide tanto na fase de cria, quanto em abelhas adultas do enxame. A elevada taxa de infestação do ácaro Varroa na colônia é proporcionada pelas condições ambientais, bem como pelo manejo incorreto das colmeias. Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar quatro isolamentos térmicos em colônias de Apis mellifera e a incidência de infestação de V. destructor no apiário do IFRS, campus Bento Gonçalves, na estação experimental em Tuiuty. As colmeias foram distribuídas em um arranjo fatorial 2×4, com dois fatores correspondendo a pré e pós-isolamento térmico e quatro tratamentos: poncho e redutor de alvado (PR); sobretampa e redutor de alvado(SR); poncho, sobretampa e redutor de alvado (PSR) e somente redutor de alvado (R), e quatro repetições. Avaliaram-se as infestações de ácaros antes e após a adoção de diferentes isolamentos térmicos, para monitorar sua incidência. Para amostragens, utilizaram-se colônias de Apis mellifera originadas de rainhas fecundadas naturalmente. Um número de 100 a 150 abelhas-operárias foram coletadas diretamente dos quadros centrais das colmeias e refrigeradas, posteriormente, imersas em álcool 70%, agitadas para separação e contagem dos ácaros e abelhas. O nível de infestação de ácaro foi calculado dividindo o número destes, pelo número de abelhas na amostra e multiplicando por 100. Os dados foram analisados pelo pacote estatístico R Studio para os índices de infestação entre antes e após tratamento e entre tratamentos. Como resultados verificou-se diferenças estatísticas entre antes e após adoção de isolamentos térmicos (X²(2)= 4,4939; P= 0,03402). Antes da adoção de isolamentos térmicos, a mediana da infestação obtida foi 2,45% (mín. 1,14% e máx. 5,10%) e após adoção diferentes isolamentos térmicos foi 1,19% (mín. 0,00% e máx.7,20%) diferindo estatisticamente (P= 0,0302), pelo teste de Dunn. Após adoção dos isolamentos não foram observadas diferenças estatísticas para o índice de infestação de varroa entre diferentes tipos de isolamentos térmicos a (X²(2)= 4,6336; P =0,2007). As medianas do índice de infestação obtidas nos tratamentos após adoção de isolamento térmico foram, respectivamente: PR 1,04% (mín. 0,53% e máx. 1,75%); SR 0,63% (mín. 0,0% e máx. 1,19%); PSR 0,81%(mín. 0,0% e máx.7,2%) e; R 2,40% (mín. 1,74% e máx. 3,30%). Dentre os isolamentos térmicos, os tratamentos SR e PSR contribuíram para maior redução da incidência de ácaros . Constatou-se, portanto, que a adoção de isolamentos térmicos na estação de inverno reduz significativamente os índices de infestação de varroa e que a utilização desse manejo contribui para a sanidade das colmeias.