Portal de Eventos do IFRS, 8º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

Tamanho da fonte: 
Influência da adoção de isolamentos térmicos no inverno sobre incidência de varroa em colônias de Apis mellifera
Paula Trentin Piacentini, Marleide Costa Canizares, João Pedro Pedro Zmieski, Gil Ignacio Lara Canizares, Maria Amélia Agnes Weiller, Giovani Farina

Última alteração: 22-12-2023

Resumo


Dentre as adversidades que impactam as colônias da espécie Apis mellifera, o ácaro Varroa destructor emerge como uma das mais sérias ameaças. Este ectoparasita incide tanto na fase de cria, quanto em abelhas adultas do enxame. A elevada taxa de infestação do ácaro Varroa na colônia é proporcionada pelas condições ambientais, bem como pelo manejo incorreto das colmeias. Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar quatro isolamentos térmicos em colônias de Apis mellifera e a incidência de infestação de V. destructor no apiário do IFRS, campus Bento Gonçalves, na estação experimental em Tuiuty. As colmeias foram distribuídas em um arranjo fatorial 2×4, com dois fatores correspondendo a pré e pós-isolamento térmico e quatro tratamentos: poncho e redutor de alvado (PR); sobretampa  e redutor de alvado(SR); poncho, sobretampa e redutor de alvado (PSR) e somente redutor de alvado (R), e quatro repetições. Avaliaram-se as infestações de ácaros antes e após a adoção de diferentes isolamentos térmicos, para monitorar sua incidência. Para amostragens, utilizaram-se colônias de Apis mellifera originadas de rainhas fecundadas naturalmente. Um número de 100 a 150 abelhas-operárias foram coletadas diretamente dos quadros centrais das colmeias e refrigeradas, posteriormente, imersas em álcool 70%, agitadas para separação e contagem dos ácaros e abelhas. O nível de infestação de ácaro foi calculado dividindo o número destes, pelo número de abelhas na amostra e multiplicando por 100. Os dados foram analisados pelo pacote estatístico R Studio para os índices de infestação entre antes e após tratamento e entre tratamentos. Como resultados verificou-se diferenças estatísticas entre antes e após adoção de isolamentos térmicos (X²(2)= 4,4939; P= 0,03402). Antes da adoção de isolamentos térmicos, a mediana da infestação obtida foi 2,45% (mín. 1,14% e máx. 5,10%) e após adoção diferentes isolamentos térmicos foi 1,19% (mín. 0,00% e máx.7,20%) diferindo estatisticamente (P= 0,0302), pelo teste de Dunn. Após adoção dos isolamentos não foram observadas diferenças estatísticas para o índice de infestação de varroa entre diferentes tipos de isolamentos térmicos a (X²(2)= 4,6336; P =0,2007). As medianas do índice de infestação obtidas nos tratamentos após adoção de isolamento térmico foram, respectivamente: PR 1,04% (mín. 0,53% e máx. 1,75%); SR 0,63% (mín. 0,0% e máx. 1,19%); PSR 0,81%(mín. 0,0% e máx.7,2%) e; R 2,40% (mín. 1,74% e máx. 3,30%). Dentre os isolamentos térmicos, os tratamentos SR e PSR contribuíram para maior redução da incidência de ácaros . Constatou-se, portanto, que a adoção de isolamentos térmicos na estação de inverno reduz significativamente os índices de infestação de varroa  e que a utilização desse manejo contribui para a sanidade das colmeias.



Palavras-chave


Ácaro Varroa destructor; infestação; isolamento térmico; Apis mellifera.

Texto completo: PDF