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A proposta do curso de Agente Cultural Popular foi apresentada pelo Coletivo de Cultura e Luta, formado por moradores da cidade com histórico de parceria com o campus, em uma reunião do NAC (Núcleo de Arte e Cultura) do IFRS campus Alvorada, onde estava presente uma representante do setor de extensão e representantes da escola de gestão do SIMA (Sindicato dos Municipários de Alvorada). O curso, realizado numa parceria entre as referidas entidades, oportunizou aos alunos do IFRS a atuação como monitores. Como uma artista também alvoradense, me interessei em trabalhar neste projeto e representar o NAC no processo. Durante a formação, auxiliei os professores durante as aulas, mantive as listas de presença organizadas e fotografei as aulas. A formação buscou abordar temas para melhorar o entendimento dos alunos sobre mecanismos de acesso a verbas com finalidade de investimento e desenvolvimento político cultural em suas atividades. Os alunos tiveram oportunidades de compreender melhor conceitos de legislação, editais, normativas, fontes de recursos, e assim refletiram sobre a importância da participação democrática e da ocupação dos espaços de fiscalização e de construção de políticas públicas para a cultura. Aprenderam como pensar e escrever projetos que atendam a demanda e se encaixem nos perfis dos editais, a organizar planos de trabalhos e cronogramas financeiros em projetos, os porquês e a importância das políticas de cotas. Estudaram sobre a história da cidade de Alvorada, tanto do ponto de vista acadêmico quanto do ponto de vista popular. Também tiveram aulas para compreender o panorama municipal da cultura, entendendo suas principais leis. Ao longo de 11 aulas ministradas por profissionais atuantes de cada área em específico, além do auxílio prestado, também aprendi com eles, professores e alunos, descobri artistas e criei vínculos profissionais e de amizade. Ainda que um curso com 44 horas de duração não dê conta de toda a necessidade, nem coletiva nem individual de aprendizado, essa ação coletiva atingiu o êxito de educação cultural oportuna, voluntária e engajada socialmente. Com mais de 70 formandos ao fim do percurso, motivados a fazer e a pensar as culturas para transformar nossa cidade. Tive a oportunidade de ver a cidade onde nasci por outro ângulo, nunca poderia imaginar que tivesse tanto talento como há, talentos escondidos por falta de informação e oportunidades. Percebi que Alvorada, uma das cidades mais pobres do estado, tem total potencial para se tornar um polo cultural, visto que no setor audiovisual temos um festival de cinema escolar com quase 10 anos de história, uma produtora de cinema com obras em grandes plataformas de streaming e cursos do setor gratuitos no IFRS campus Alvorada.

Formação; Agente Cultural; Popular.