Portal de Eventos do IFRS, 8º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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Parâmetros cinéticos da fermentação alcoólica conduzida pela levedura Torulaspora delbrueckii em presença de diferentes fungicidas cúpricos aplicados na uva
Miguel Angelo Canossa Ceccon, Evandro Ficagna, Alexandre Luiz Degani Estolano, Angelo Gava

Última alteração: 22-12-2023

Resumo


Entre as leveduras enológicas não-Saccharomyces, a Torulaspora delbrueckii é provavelmente a mais adaptada para uso na vinificação devido ao seu desempenho fermentativo em comparação com outras leveduras não-Saccharomyces. Sua utilização comercial vem sendo difundida, tornando-se uma das alternativas microbiológicas na busca por vinhos diferenciados. Porém, muitas incógnitas ainda cercam a atividade desta levedura, e uma delas é a sua sensibilidade aos fungicidas utilizados na produção de uvas. As elevadas precipitações pluviométricas ao longo do ano na Serra Gaúcha favorecem o surgimento de fitopatógenos tanto nas folhas como nos frutos da videira. As alternativas tecnológicas para reduzir as perdas levam o setor vitícola à adoção de produtos fitossanitários, como os fungicidas. Em especial, destaca-se o cobre utilizado em larga escala nos vinhedos. O cobre (Cu), quando presente nos seres vivos, possui uma faixa de concentração ótima muito estreita, acima da qual é inibidora. Para as células de levedura, diferentes níveis deste metal propiciam estresse, podendo comprometer a membrana plasmática, interrompendo seu crescimento e reprodução, resultando na morte celular. Assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar os efeitos da concentração residual de três fungicidas a base de cobre sobre a cinética fermentativa no mosto de uva. As uvas foram provenientes da estação experimental do IFRS-BG, onde os tratamentos fitossanitários e manejo são conhecidos e controlados. A fermentação alcoólica foi realizada em ensaios de 45ml de mosto, ocorrendo a 20°C e com uma dose de 0,3 g L-1 de levedura comercial enológica Torulaspora delbrueckii. Os resultados foram representados graficamente pela perda de massa diária devido à produção de gás carbônico (CO2) em função do tempo. Os dados foram analisados de acordo com o ajuste sigmoidal não linear da equação dos cinco parâmetros logísticos (5PL), onde os seguintes parâmetros cinéticos foram avaliados: Vmax - velocidade máxima de produção de CO2 em função do tempo (g L-1 h-1); tLag - tempo da fase de latência (fase lag) para a produção de CO2 (h) e o tempo em que ocorre a Vmax ( ). O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, constituído de sete tratamentos realizados em quadruplicada, sendo testados três fungicidas: sulfato de cobre penta hidratado [CuSO4.5H2O], oxicloreto de cobre [Cu2Cl(OH)3], hidróxido de cobre [Cu(OH)2], e um tratamento controle, sem adição de fungicidas. A escolha das doses de cobre adicionadas deu-se por meio de revisão bibliográfica, sendo adotadas as concentrações de 6 e 12 mg L-1. Os dados foram avaliados pela análise de variância (ANOVA) seguido do teste Tukey (p<0,05). A presença do metal sob suas diferentes formas influenciou negativamente a cinética fermentativa, impactando sobre todos os paramentros analisados, em especial na velocidade máxima de produção de CO2. Os resultados deste trabalho são preliminares e pretende-se no futuro realizar mais ensaios sob diferentes condições enológicas.

Palavras-chave


Cobre; Cinética Fermentativa; Vinho.

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