A pesquisa investiga o perfil das evangélicas eleitas como deputadas federais nos anos de 2014, 2018 e 2022 no Brasil, que compuseram e compõem a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) nesse período. Esta temática é de extrema importância pois contribui na construção de conhecimento das dimensões sociais da religião e explora a trajetória das mulheres nessa Frente Parlamentar. A metodologia, de caráter quantitativo e documental, coletou dados dos sites da Câmara dos Deputados e do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), os quais possibilitaram analisar tanto as constantes quanto as mudanças que as Igrejas e Partidos tiveram ao longo destas legislaturas. Resultados indicam que, para a 55º legislatura, foram eleitas em 2014 10 deputadas e nenhuma senadora. Destas 10, a maioria (4) fazia parte das Assembleias de Deus (AD), enquanto as 6 restantes participavam da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), das igrejas Batista, Presbiteriana e Congregação Cristã. Em uma perspectiva partidária, duas das 10 eleitas eram do partido PRB (atual Republicanos) enquanto as demais se distribuíram entre os partidos PSDB, PSC, PPS, PR, PTN e PT. Em 2018, foram eleitas para a 56º legislatura, 22 deputadas e uma senadora, tendo as Assembleias de Deus como maior número de integrantes (7). Seguidas da IURD e Batista com 3 cada, Presbiteriana (2), e as demais Maranata, Evangelho Quadrangular, Congregação Cristã, entre outras. No âmbito de partidos, o PSDB foi a maioria, contando com 4 eleitas, seguidas do PR e PSL com 3, PRB, PSB, PSD e PT com 2 e PTC, PP, MDB, PPS, PP, Pros com 1 eleito cada. Já em 2022, foram eleitas para a 57º legislatura, 13 deputadas e 3 senadoras. Dessas, 4 são fiéis da Assembleia de Deus, enquanto as demais se dividem entre as igrejas Batista, Congregação Cristã, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra e IURD. No âmbito de partidos, 3 eleitas participam do Republicanos (antigo PRB), do PL, União Brasil e PT, 2 deputadas cada e MDB, Rede, PP e Avante com 1 integrante cada. Observou-se um aumento de 12 deputadas do ano de 2014 para o ano de 2018, chegando ao número de 22 mulheres, sendo uma delas senadora. Esse aumento coincidiu com a eleição de um governo federal conservador, que reivindicava a proteção da família tradicional, atribuindo esse papel à mulher brasileira. Por outro lado, de 2018 para 2023 houve uma diminuição de 7 eleitas, totalizando 13 deputadas e 3 senadoras. A análise dos dados indica que a FPE apresenta uma maioria partidária de direita e influência principal das Assembleias de Deus. Entretanto, conta com integrantes de partidos de esquerda em todas as legislaturas e uma diversidade de vertentes pentecostais no grupo.