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Arquitetura da consciência fake: intergênese entre os campos epistêmico, ético, político e estético
Thobias Andreatta da Silva, Adair Adams, Morgana de Almeida Trintin

Última alteração: 22-12-2023

Resumo


É impossível determinar o momento exato em que a ética transfigura-se em ação sem reflexão. Entretanto, pode-se pesquisar quais as condições que propiciam essa mudança. Dessa forma, considerando a crescente das fake news que tem moldado a política, a presente pesquisa definiu consciência fake justamente como esse modo de ser que aceita a existência de acontecimentos em completo desacordo com a realidade observada e com a reflexão sobre ela. Devido a isso, visou-se buscar como se forma a consciência fake em termos epistêmicos, políticos, éticos e estéticos além de definir quais são, entre esses, os fatores que criaram a oportunidade de ela acontecer. Ademais, tentou-se também descobrir a justificativa, ou o telos, usadas pelos detentores dessa “consciência fake” que pudessem dar um sentido ao continuum de suas ações. Para atingir esses objetivos, está sendo usada uma pesquisa bibliográfica com base em quatro etapas: leitura e fichamento, sistematização de definições, estruturação e elaboração do texto do artigo. Os autores utilizados são Arendt, Adorno, Benjamin, Bauman, Brecht, Han e Agamben. A grande movimentação de consciência, estudada aqui, é vista como uma adesão de um ethos – por instituições, indivíduos ou grupos – que despreza a atividade reflexiva plural em prol de uma propagação de uma mesmidade que produz e reproduz esse estado de entorpecimento social. Isso ocorre devido à aceitação de um pressuposto epistêmico supremo, como a teologia ou a família, por exemplo, que justifique a obstinada defesa de seus valores. Em decorrência disso, gera-se uma vicissitude fundamental para a manutenção da consciência fake cujo produto afeta diretamente a socialização humanizante, findando na lógica de ver a todos os discordantes como inimigos e trazendo, novamente, à tona o grande medo de Adorno de uma repetição de Auschwitz. Em suma, em cada autor, podem-se identificar conceitos que nos ajudam a traduzir esse movimento emergente que culminará em uma continuação do projeto no ano de 2024 com a leitura de A Psicopatologia da Vida Cotidiana de Sigmund Freud. Assim, busca-se mais a fundo entender como essa complexa rede de significados age nos campos sociais observáveis e como se ligam com a consciência fake.


Palavras-chave


Constituição da Consciência, Episteme, Fake News

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