A Logística é responsável por integrar processos na Cadeia de Suprimentos quanto ao fluxo de materiais e informações. Seu intuito é alcançar menores custos e desperdícios, além de agregar valor ao consumidor final. Um dos segmentos da Logística, a Última Milha, é definida como o transporte de mercadorias na parte final do trajeto logístico, ou seja, acontece quando uma mercadoria percorre o caminho desde uma instalação de distribuição até o consumidor final. Essa etapa caracteriza-se como a menos eficiente, mais cara e poluidora das etapas logísticas, visto que há fatores envolvidos por conta das entregas, em geral, serem feitas em residências, como ausência de recebedor e congestionamentos. Assim, ocorrem falhas nas entregas, gerando maiores gastos e danos ambientais. Visando minimizar os impactos causados na Última Milha, veículos elétricos já vêm sendo utilizados como substitutos dos veículos à combustão interna. A pesquisa que vem sendo desenvolvida, visa analisar estratégias utilizadas por organizações na Última Milha, em específico, investigar o cenário atual quanto à utilização de veículos elétricos nessa etapa. Para tanto, foi proposta uma pesquisa de natureza qualitativa, de caráter exploratório, caracterizando-se como um estudo sobre o cenário de utilização, na Última Milha, de veículos elétricos no Brasil e, também, em outros locais. Utilizou-se uma Revisão Sistemática da Literatura, com a definição de um protocolo de pesquisa que englobou a busca de artigos no Google Acadêmico, no período entre 2018-2023. A partir da busca inicial, foi realizada uma triagem para a definição dos materiais utilizados na pesquisa. Dentre os resultados, observa-se que foram apontadas vantagens na utilização de veículos elétricos, dentre as quais a diminuição de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera e de ruídos, além do desempenho superior se comparado aos veículos movidos a combustíveis fósseis. Outrossim, observou-se nos artigos pesquisados uma tendência das entregas serem feitas por veículos menores, como bicicletas e triciclos elétricos ao invés de vans e caminhões. Nesse caso, haveria ainda mais vantagens em decorrência de tal adoção, como menos congestionamentos, geração de empregos e redução nos tempos de entrega. Inclusive, na Europa, o número de veículos comerciais leves aumentou 15% entre 1990 e 2003 e os veículos com peso bruto superior a 3,5 toneladas aumentaram 6,6% durante o mesmo período. No Brasil, apesar do uso ainda ser atípico, algumas empresas utilizam veículos elétricos para realizarem suas entregas, como Coca-Cola e Correios. Ademais, pesquisa feita na cidade de São Paulo sugeriu que há viabilidade da utilização de veículos elétricos nas grandes cidades brasileiras para  transporte na Última Milha. Diante disso, percebe-se que é factível mais pesquisas nessa área, de modo a naturalizar o assunto perante a sociedade e, assim, possibilitar sua adesão por mais indivíduos considerando seus diversos benefícios.