Última alteração: 16-12-2023
Resumo
O presente resumo surge da inquietação acerca dos parâmetros da educação inclusiva frente à diversidade de alunos que frequentam o Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire (CMET/Paulo Freire), no município de Porto Alegre. Trata-se, portanto, do olhar de um bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), durante o acompanhamento das atividades da professora de ciências, com formação curricular, mas sem proficiência na educação inclusiva. O programa é desenvolvido pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Campus Porto Alegre, no curso superior de Licenciatura em Ciências da Natureza: Biologia e Química. As observações semanais no CMET despertaram reflexões como progredia o ensino desenvolvido pela professora, sobre as estratégias didáticas que usava para abordar temas diversificados com alunos de 15 a 80 anos, com vulnerabilidade social e, dentre essa pessoas com deficiência, alunos com espectro autista e atrasos de aprendizado. Nesse ambiente foram construídas as reflexões sobre a atuação discente. Durante a atuação como bolsista, desde o início do programa foi proporcionado o acompanhamento aos alunos em sala de aula em suas atividades, bem como auxílio em aulas, com interação direta. Neste relato será destacada uma atividade específica sobre o Sistema Respiratório na aula de Ciências. Esta atividade consistia na construção de um modelo de explicação do funcionamento do músculo diafragma nos movimentos respiratórios promovendo a entrada e saída de ar dos pulmões. Esta atividade utilizava garrafas PET e balões para a demonstração. Juntamente a este processo, um modelo anatômico do sistema foi utilizado para as explicações. Nesse momento consegui compreender um pouco o que significa educação inclusiva e como a figura do professor é importante para que as coisas aconteçam, mesmo sem a formação específica para lidar com certas situações o que não significa falta de sabedoria em atingir o objetivo desejado e como é importante uma escola que fornece a base. A por outro lado, mesmo com todas as assertivas na condução da educação inclusiva por parte do CMET, algumas questões seguem em aberto, como será a evolução educacional desse aluno?; Como é feita a avaliação? As diferenças presentes em sala de aula atrapalham ou auxiliam no ensino? Como funciona a continuação do ensino quando o aluno completa seu ciclo no CMET, visto que a realidade encontrada não ser a mesma para todas as escolas? E principalmente, o quanto o aluno se torna refém dessa didática por não encontrar a mesma referência em outros educandários? Esses foram os meus questionamentos junto à professora de ciências, a qual compartilhou os mesmos anseios. Procuro demonstrar com o experimento um pouco do que aprendi com ensino inclusivo, respeitando a condição de aprendizado.