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“ME AJUDA A OLHAR!”: educação (linguística) no pós-pandemia
Última alteração: 16-12-2023
Resumo
É sabido e indiscutível que a pandemia escancarou desigualdades de ordens diversas, desde as óbvias questões de acesso à saúde até econômicas, sociais, culturais e, como não poderia diferente, educacionais. Tal realidade demanda que as atividades escolares no pós-pandemia considerem em seu planejamento possíveis repercussões não apenas como lacunas de aprendizagem e defasagem no trabalho coletivo, mas também inseguranças e sentimento de inaptidão dos estudantes para passarem para níveis seguintes. Em específico ao que se refere aos calouros do IFRS, adicionam-se as dificuldades da transição do ensino fundamental para o médio (EM) e os desafios de cursá-lo na modalidade integrada ao ensino técnico como realidades que também precisam ser ponderadas para que os estudantes sejam contemplados não apenas com ações de acesso no processo seletivo, mas também se sintam acolhidos pelas metodologias de ensino e aprendizagem, como estratégia de permanência. Ciente dessa realidade, este trabalho tem como objetivo apresentar repercussões de um projeto de ensino que visa a atender calouros de duas turmas do EM Integrado de um campus do IFRS bem como entender formas eficientes de abordar esses estudantes interpelados pela pandemia. Para isso, a metodologia de trabalho foi dividida em três fases, a saber, identificar quem são os estudantes-alvo do projeto, sua relação com tecnologias e defasagens no que tange à leitura e compreensão de textos; estudar e eleger estratégias e metodologias que melhor dialoguem com tais alunos e suas necessidades; e aplicar e avaliar continuamente, a partir dos feedbacks da sala de aula, possibilidades de abordar os estudantes-alvo de maneira eficiente. Para tal, têm sido usados elementos de metodologias como sala de aula invertida e agência distribuída, já que as atividades preveem interação dos estudantes entre si, entre si e o bolsista, entre si e a professora, entre si e recursos digitais (TDIC). Os resultados obtidos até então sinalizam o aumento da autonomia e, por consequência, da segurança dos estudantes em relação à própria construção e apropriação do conhecimento, como uma espécie de resgate das dinâmicas de aprendizagem individuais e coletivas em sala de aula presencial, prejudicadas durante o ensino remoto; da mesma maneira, fornecem dados que podem servir como parâmetro para docentes inquietados com problemáticas semelhantes. A pertinência de propostas deste tipo está contida nas diversas metáforas do verso de Eduardo Galeano, que intitula este trabalho, já que quando a instituição ajuda a olhar está sublinhando o compromisso do IFRS em promover educação interessada pelos sujeitos e seu entorno e que, por isso, fomenta projetos para que o conhecimento e as tecnologias se tornem de fato acessíveis de maneira ética à sociedade.
Palavras-chave
Sala de aula no pós-pandemia; Metodologias ativas; Educação linguística.
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