Acreditar que palavras em forma de arte são possibilidades de entrelaçar pessoas, ideias, afetos e memórias é o que move muitas das ações dos projetos Experiência de leitura compartilhadas e Artistando, ceramicando e muito mais, do IFRS, campus Feliz que, em permanente diálogo com a Secretaria Municipal de Educação do município de Feliz e com a equipe técnica do Case Caxias do Sul, parceiros desde 2017, planejam atividades que colocam a literatura e a arte em movimento. Dessa forma, durante o período da pandemia do coronavírus, tecemos relações que extrapolaram o espaço das casas-gaiola. Assim, com estudantes do IFRS, campus Feliz, das escolas do mesmo município e com adolescentes privados de liberdade, do Case, Caxias do Sul, vimos possibilidades de (re) construir saberes e estabelecer contato com textos e memórias, para além da clausura. Lemos, em distintos momentos e maneiras, desde clássicos da mitologia grega, como Odisseia, O fio de Ariadne, até literatura brasileira, como O continente, de Érico Verissimo, A moça tecelã, de Marina Colasanti, contos de Machado de Assis, poesias de Drummond, de Cecília Meireles,  e estrangeira, como O conto da aia, e Os testamentos, de Margaret Atwood, além de imagens de obras e exposições de  Arthur Bispo do Rosário, entre outras que tecem relações entre os textos e os têxteis. A partir do que cada adolescente leu e se permitiu experienciar propomos que, em pedaços de pano, bordassem palavras que estabelecessem relações com essa experiência que tiveram. Como resultado, vemos que os dedos canais que perpassaram o têxtil deixaram registros do que os textos possibilitaram despertar; tratam-se de memórias, percepções e afetos que, como teias entrelaçadas, formam um todo significativo e que, em forma de exposição visual, queremos mostrar.