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Representatividade e Identidade Social: influência dos padrões de beleza aliados ao preconceito nas jovens
Ana Carolina Peruzo, Janine Trevisan, Allana Canacar Biscaia, Rafaela Longhi Zandonai

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


O presente estudo buscou analisar a forma como as jovens se identificam com outros indivíduos e quais são estes sujeitos, além da identidade social, isto é, a perspectiva de reconhecimento social, que por vezes, pode se tornar motivo de estigma. Como abordagem metodológica, foram realizadas leituras acadêmicas acerca do tema como artigos e livros, com enfoque na obra "Estigma" do autor Erving Goffman e após fizeram-se debates entre as pesquisadoras acerca destes. Em seguida, efetuou-se um questionário online publicado nas redes sociais das autoras que alcançou 125 respostas. Posteriormente, foram realizadas entrevistas qualitativas com 10 meninas que demonstraram interesse e se voluntariaram através do questionário. Em relação à representatividade, a pesquisa investigou a importância das meninas não se sentirem sozinhas, por exemplo, ver mulheres atuando na política, na educação, saúde e segurança para que se sintam representadas por aquelas que as compreendem e se assemelham e elas. E já a identidade social, diz respeito ao sentimento de pertencer a algum grupo, de fazer parte de algo maior e a atribuição de sentimentos positivos. Os resultados sinalizam sobre a relação entre visão de mundo, identidade social e práticas sociais. Ainda que a visão de mundo seja individual e única de cada um, ela se constitui socialmente, assim como a identidade. Ambas possuem uma relação mútua que, por sua vez, se expressa por meio das práticas sociais do indivíduo. Ademais, relacionou-se a necessidade de pertencimento com a busca por alteração de características físicas ou comportamentais. E ainda, identificaram-se as interferências do preconceito e dos padrões de beleza na constituição da identidade social. A análise dos resultados sugere ainda que já na infância os indivíduos iniciam a construção da sua identidade social e visão de mundo com forte atuação de seus círculos sociais, sobretudo crenças e relações familiares, durante a socialização primária. Além disso, através dos relatos das entrevistadas pôde-se perceber que a sociedade atual está organizada de forma que, por vezes, a torna responsável pelo preconceito e pelos padrões de beleza exercidos sobre as mulheres, ainda que isso ocorra por conta do sistema em que as pessoas estão inseridas e por diversos acontecimentos históricos que levaram a acreditar em determinadas doutrinas. Ainda assim, ficou explícito a lástima das entrevistadas, que descreveram a pressão estética e os preconceitos como algo que as impede de ter interesses próprios para se preocupar, apenas, com o fato de estarem bonitas. Atualmente o projeto conta com um perfil na rede social Instagram onde estão sendo divulgadas as análises e resultados do estudo completo a fim de tornar as redes sociais um lugar acolhedor às jovens e promover uma reflexão, além de evidenciar as dificuldades das meninas para que enfim estes obstáculos sejam vistos como reais.

Palavras-chave


Representatividade; identidade social; meninas adolescentes

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