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Evangélicos pentecostais do Rio de Janeiro nas eleições legislativas federais de 2022
Maria Eduarda De Cesero, Janine Bendorovicz Trevisan

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


A primeira constituição republicana brasileira, de 1891, oficializou a separação entre o Estado Brasileiro e a Igreja Católica Apostólica Romana. Ainda assim, permanece a atuação de lideranças religiosas na política nacional. A partir das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte de 1988, destacam-se as igrejas evangélicas pentecostais, que utilizam desse espaço para reivindicar a centralidade da religião, a fim de ter controle de pautas sociais, por meio do direcionamento da legislação e de políticas públicas. Geralmente, se opõem a movimentos feministas e LGBTQIA+ e defendem a moral, os bons costumes e a família tradicional. A pesquisa analisa a participação desses religiosos na política partidária, por meio dos candidatos ao legislativo federal do Estado do Rio de Janeiro. Busca-se compreender a relação entre religião e política no cenário político nacional, em especial as candidaturas de lideranças de grupos pentecostais e a composição da nova legislatura a partir das eleições legislativas federais de 2022. A metodologia inclui revisão teórica, análise das redes sociais dos candidatos, buscas em sites oficiais e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), além da análise das falas e declarações durante a propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão. O estado do Rio de Janeiro foi escolhido por ser o que possui, segundo dados do Censo de 2010, a menor população católica no Brasil (45,8%), e a maior evangélica (29,3%). Na atual Legislatura, dos 115 deputados membros da FPE, 21 (18,3%) são do Estado do Rio de Janeiro, incluindo o seu atual líder e candidato à reeleição - deputado Sóstenes Cavalcante, membro da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada pelo pastor Silas Malafaia. Malafaia é uma das principais lideranças evangélicas e compartilha ativamente em suas redes sociais sua opinião em relação à política. Defende a não separação da política com a religião. Em abril de 2021, Silas comenta em suas redes sociais sobre o anúncio da criação do comitê Democratas Diversidade, onde chama o partido de vergonhoso e declara a saída dos pastores vinculados a esse partido. Logo após, o deputado Sóstenes Cavalcante anuncia que na próxima janela eleitoral estaria procurando um novo partido e, em entrevista à Revista Comunhão, justifica que diversidade é uma pauta de partido de esquerda, que não representa a direita e fere os princípios ideológicos de seu mandato.  Isso se confirma no ano seguinte, quando ele se junta ao Partido Liberal. Ademais, percebe-se um aumento no número de candidatos usando Pastor(a) como nome de urna: 20  nas eleições de 2022, 6 a mais que nas eleições de 2018. Logo, é notável a presença de pentecostais do Rio de Janeiro na política local e nacional, destacando-se a influência das lideranças religiosas nas escolhas eleitorais dos fiéis.

Palavras-chave


religião; política; eleições legislativas.

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