Estudos indicam que, além da capacidade de agência individual, os contextos – marcados pelas condições sociais, econômicas, políticas e culturais – delimitam e direcionam as oportunidades e as escolhas pessoais de carreira. Portanto, as instituições sociais que antecedem o ingresso no mercado de trabalho, como família, igreja e espaços escolares, possuem influência e, por vezes, tornam-se determinantes para a profissão que será exercida no futuro. Destaca-se, assim, o papel fundamental das instituições de ensino no fomento das discussões sobre diversidade e trabalho, para ampliar as possibilidades de agência individual de estudantes nas escolhas de suas profissões futuras. Considerando estas reflexões, foi implementado em junho de 2022 o projeto indissociável “Feio e bonito é o mesmo preço: Relações de Trabalho e Diversidade no Litoral Norte do Rio Grande do Sul”, com o objetivo de desenvolver ações de ensino, pesquisa e extensão sobre a temática da diversidade nas relações de trabalho na região do IFRS Campus Osório. Este resumo apresenta os resultados das atividades de ensino realizadas por meio de rodas de conversa e oficinas sobre o tema com estudantes do ensino médio integrado em administração e informática. Dada a amplitude do conceito de diversidade, as discussões abarcaram as diferenças de gênero, corpo, deficiência, raça, cor, etnia, geração, sexualidade, religião e classe social. Como resultados iniciais, destaca-se a observação da influência dos marcadores histórico-sociais, principalmente de gênero e sexualidade, nas escolhas de carreira dos(as) estudantes. Ademais, surgiram relatos de situações de discriminação de gênero e de comentários capacitistas, praticados por docentes em sala de aula. Tais situações inibem a participação de estudantes em determinadas atividades e disciplinas, impactando não apenas em sua trajetória escolar, como também em seus interesses e oportunidades profissionais. Esses primeiros resultados evidenciam a importância da realização do projeto, principalmente quando observada a lei de criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, que propõe como pilar uma educação integral, crítica e transformadora.