Atualmente a literatura vem se modificando e acomodando as minorias em suas narrativas. A história de determinado grupo social contada por uma pessoa que se identifica como parte desse grupo causa identificação para aqueles que se sentem oprimidos pelos padrões sociais. Vendo esse movimento de mudança literária no exterior, as editoras brasileiras resolveram apostar em títulos como esses no país. Mas ainda existe um longo caminho a percorrer. O Clube de Livres é um clube de leitura criado pelo NEPGS do IFRS Campus Feliz. A ação de extensão surgiu com a finalidade de demonstrar que a literatura também pode ser um porto seguro para pessoas que não se encaixam nos padrões de gênero e sexualidade impostos pela sociedade e, para todos aqueles que buscam se informar e ser empáticos com aqueles ao seu redor. O projeto busca fomentar o gosto pela leitura naqueles que, por não se identificarem com personagens e discussões da literatura tradicional, acabam por se afastar do mundo literário. Dessa forma, a justificativa para ação se baseia no entendimento de que sem uma identificação e curiosidade com aquilo que se lê é impossível ter gosto pelo ato de ler. Assim, objetivamos demonstrar a importância de se ter uma literatura que seja identificável a seus leitores. A literatura ajuda a fazer com que seja naturalizada a visão de que as pessoas são diversas e não há erro algum nisso. No atual momento, o grupo de leitura conta com 21 participantes e ainda será feita a primeira reunião do clube que acontecerá de forma remota. Pretende-se analisar a forma como a obra proposta para leitura foi recebida, os sentimentos e discussões causadas e o que pode ser mudado para melhorar o projeto. Além disso, será feita uma análise bibliográfica de como a literatura inclusiva ajuda no bem-estar e auto estima das pessoas e na criação de uma sociedade mais equalitária. A proposta do núcleo está articulada com as ações do Programa de Ações Afirmativas do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Gênero e Sexualidade do IFRS Campus Feliz. O Núcleo está constantemente buscando articular ações no campus e com a comunidade externa sobre sexualidade, gênero e direitos humanos, visto que são temas de relevância social. Nesse sentido, ao oportunizar o debate/diálogo sobre temáticas como o respeito à liberdade, à garantia dos valores éticos e humanísticos, o convívio e respeito às diversidades étnica, cultural, social, sexual, de gênero, de crença, de necessidades específicas ou outras características individuais, coletivas e sociais, e a promoção da autonomia, participação política e emancipação das juventudes, estamos buscando uma sociedade mais justa, mais igualitária, inclusiva e não sexista.