Última alteração: 21-11-2022
Resumo
Este trabalho é resultante da pesquisa intitulada “Educação 4.0 a (re)invenção do ensino e da aprendizagem em tempos de pandemia: uma análise nos cursos superiores do IFRS – Campus Farroupilha”, vinculado ao Grupo de Pesquisa em Docências na Educação Básica (Gpedeb/IFRS/CNPq), conta com o fomento dos Editais IFRS nº 12/2022 e FAPERGS nº 10/2021. Tem como objetivo mapear e analisar as principais estratégias pedagógicas e didáticas, além das metodologias ativas mobilizadas por professores e estudantes no ensino remoto (2020 – 2021) durante a pandemia de Covid-19 dos sete cursos superiores do Campus Farroupilha. Neste período foi necessário que os docentes se (re)adaptassem às novas circunstâncias, uma vez que do chão da sala de aula passaram para um ambiente virtual, reavaliando comportamentos, espaços, tempos e estratégias pedagógicas para enfrentar este novo cenário. É uma pesquisa de natureza qualitativa, teórico-metodológica, intitulada como “Pesquisa (de)Formação”, um modo de fazer pesquisa que promove ao mesmo tempo a construção de novos conhecimentos, onde os participantes colaboram com a pesquisa, e participam de espaços de formação continuada, direcionada aos problemas/necessidades, apontados por eles na primeira etapa da pesquisa. A pesquisa está dividida em duas etapas, na primeira, já ocorrida, realizou-se a aplicação de um questionário semiestruturado enviado aos estudantes dos sete cursos superiores do Campus Farroupilha. Recebemos o retorno de 114 estudantes e 21 professores. A segunda ocorrerá nos próximos meses através dos Grupos (de) formação, encontros com intencionalidade de promover formação concomitante com a pesquisa, abrindo espaço para discussões e reflexões e possível (de)formação das posições já assumidas pelos participantes. Como resultados preliminares, as análises mostram que houve grandes disparidades entre os segmentos professores e alunos no ensino remoto. Categorizamos essas questões em três grandes grupos de sentidos: estrutura física, recursos tecnológicos e relação casa-trabalho. Nas questões de estrutura física e recursos tecnológicos vimos que grande parte dos professores dispunham de um espaço físico adequado e de ferramentas tecnológicas e, de outro lado, os alunos não possuíam tal espaço e muitos relataram usar cômodos coletivos da casa (sala, cozinha, quarto), além de não disporem de recursos e/ou ferramentas tecnológicas específicas para o estudo, utilizando muitas vezes seus celulares, impactando diretamente no processo de ensino-aprendizagem. Na questão relação casa-trabalho, fica evidente que os segmentos tiveram mudanças em suas jornadas, com demandas profissionais ampliadas, como as novas funções relacionadas a manutenção da casa e cuidados com os filhos. Os professores com o incremento das novas tecnologias e metodologias, e os estudantes apontaram o aumento de leituras e atividades nos seus cursos superiores. Algumas considerações iniciais, mostram que é possível realizar uma educação pautada em criatividade e inventividade, utilizando diversos recursos e Metodologias Ativas de Aprendizagem, possibilitando vivências significativas aos docentes e estudantes, desde que considerem o contexto socioeducativo destes.