O Projeto de Ensino English Club surgiu durante a pandemia do COVID-19 e ofereceu encontros virtuais para que os alunos pudessem praticar e aprimorar sua proficiência no idioma estrangeiro, utilizando as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) ao se reunirem online para conversarem na língua alvo sobre os mais variados temas, proporcionando também vínculos e novas amizades. Portanto, o English Club promoveu relações sociais num momento em que o isolamento estava imposto a todos no mundo inteiro, permitindo que laços fossem construídos. No presente trabalho, trazemos à luz uma atividade desenvolvida durante o Projeto, a qual promoveu, além da socialização, a descolonização do pensamento dos participantes ao compreenderem que utilizamos a Língua Inglesa (LI) como língua franca (JENKINS, 2007) e dessa forma a usamos para comunicar nossos próprios pensamentos, sentimentos e cultura, respeitando o “outro”; compartilhamos o uso da língua inglesa para nos comunicarmos com falantes de outros idiomas ou nativos de inglês, de diferentes culturas e nacionalidades, por isso o respeito deve permear essas relações. Essa interação promoveu uma interculturalidade porque naquele ambiente compartilhamos, por meio da linguagem, vivências, valores, diferentes epistemologias, e uma descolonização, pois houve a quebra de padrão do aculturamento já que as estrangeiras ao interagirem com estudantes de uma instituição brasileira de ensino aprenderam sobre o Brasil e os estudantes daqui, por sua vez, empoderaram-se ao passo que foram compreendidos fora da esfera onde é usada sua língua materna. No English Club os encontros síncronos aconteciam uma vez por semana, pelo google meet, com uma hora de duração e tivemos quatro deles com convidadas estrangeiras - americana, alemã, canadense e norueguesa. Esses encontros promoveram a interculturalidade e ao mesmo tempo a descolonização do pensamento de todos, estrangeiras e participantes brasileiros. Para evitar o imperialismo linguístico (RAJAGOPALAN, 2003), que é regido principalmente pelo inglês falado nos Estados Unidos ou na Inglaterra, é necessário que, em vez de imitar o “outro”, tornando-se alienado e acrítico, possamos despertar uma autocrítica do nosso estudante brasileiro e sua consciência da importância da sua própria cultura e identidade e o uso da LI para sua voz ser ouvida no mundo.