Portal de Eventos do IFRS, 7º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

Tamanho da fonte: 
Ancestralidade na literatura brasileira contemporânea decolonial.
Débora Wiatroscki de Alexandre, Cimara Valim de Melo

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


O projeto de pesquisa “Literatura Brasileira Contemporânea e Decolonialidade” (IFRS) trata de investigar como a literatura brasileira se insere, enquanto veículo problematizador das consequências da colonialidade e como autores da atualidade têm participado desse contexto. A partir do exposto, busca-se compreender a perspectiva decolonial a partir da análise de romances de Eliana Alves Cruz e Itamar Vieira Junior, de acordo com relatos produzidos sobre ancestralidades da escravidão, tendo em vista os acontecimentos em razão da colonização; e identificar como ambos os autores aproximam-se e distanciam-se de tais questões. A relevância do trabalho reside na importância de reconhecer como a ancestralidade pertencente à identidade cultural brasileira tem sido representada pela literatura, bem como de descrever como relações de poder exercidas entre diversos povos determinaram muitas etnias no Brasil contemporâneo. Contribuem ao estudo narrativas provenientes dos descendentes de povos escravizados, vítimas da colonização, interpretando como esses indivíduos lidam com o legado produzido por seus antepassados. O principal método utilizado na pesquisa é a abordagem bibliográfica para a investigação da obra de dois autores sobre o tema ‘escravidão e ancestralidade’. A seleção inclui a autora Eliana Alves Cruz, com seu livro Água de Barrela, e o autor Itamar Vieira Junior, com seu livro Torto Arado. A escolha dos romances em questão levou em consideração a perspectiva trazida pelas narrativas, sua intencionalidade, bem como a representação da  ancestralidade por ambos, visto que possuem uma perspectiva  diferenciada de interpelação dos temas trabalhados na pesquisa. O método de coleta de dados partiu da análise literária das duas obras, tanto em perspectiva narrativa quanto na trajetória dos autores. No momento, o projeto está em uma fase inicial. Houve a escolha das obras, e foi realizado um quadro comparativo sobre os pontos convergentes e divergentes das leituras, com algumas das diferenças destacadas. Como resultados parciais, observa-se que os dois livros trazem informações relevantes sobre a ancestralidade dos povos expostos à escravidão no Brasil. Contudo, Água de Barrela é mais detalhada em informações históricas por apresentar a saga familiar ao longo de três séculos. Já Torto arado traz uma gama maior de conceitos sobre como a escravidão era aceita e perpetuada na época da narrativa. Essa conexão com a ancestralidade abordada pelos dois livros promove uma forma de trazer o passado à tona e questioná-lo, demonstrando um olhar crítico sobre o processo de colonização a partir de um olhar decolonizante.


Palavras-chave


Ancestralidade; Literatura; Decolonialidade.

Texto completo: PDF