Portal de Eventos do IFRS, 7º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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Conhecendo o perfil dos apicultores/meliponicultores de Pontão (RS).
Maikel Douglas Agostinetto, Juliana Márcia Rogalski, João Vitor Nunes Padilha, Rafael Loreto Sinhor, Valmor Antonio Minotto

Última alteração: 17-11-2022

Resumo


Em 2017, o Rio Grande do Sul (RS) apresentou uma produção de 6.318 toneladas de mel (15% da produção do País), e tem configurado há mais de uma década como o principal estado produtor. Porém, existe uma grande desigualdade na produção e na qualificação dos apicultores/meliponicultores em diferentes regiões do Estado. O objetivo deste estudo foi conhecer o perfil dos apicultores/meliponicultores familiares de Pontão (RS) por meio da elaboração e aplicação de um questionário referente a atividade. O questionário foi aplicado no 1° Encontro sobre Abelhas Nativas sem Ferrão, ocorrido em Pontão, e continha 25 perguntas abertas (grande maioria) e fechadas, constituindo uma pesquisa quantitativa. Foram avaliados questionários respondidos por 13 apicultores/meliponicultores, sendo que: 46,7% utilizam abelhas sem ferrão; 7,7% utilizam abelhas Apis mellifera Linnaeus, 1758; e 46,7% utilizam ambas as espécies. Em relação a atividade, 69,2% dos entrevistados não receberam treinamento e 30,8% receberam treinamento (20% por meio de cursos e 80% através da prática com outros apicultores/meliponicultores). Dentre os entrevistados, 61,5% produzem mel e os demais não extraem qualquer produto apícola. A produção média anual por colmeia é de 15 kg. A quantidade anual média de mel comercializada na própria região de produção é de 219 kg, variando de cinco a 1.000 kg. Todos os entrevistados realizaram a coleta de mel entre os meses de novembro e março. A maioria dos entrevistados não faz a multiplicação de colmeias (61,5%) e 38,5% realizam multiplicação. A multiplicação é feita de forma esporádica (38,5%), uma vez (38,5%) ou duas vezes (23,1%) ao ano. O mel coletado é consumido com fins medicinais e alimentares (61,5%), somente alimentares (30,8%) e somente medicinais (7,7%). Com relação ao uso medicinal, 30,8% utilizam para xaropes; 30,8% em chás; e 7,7% para aplicação, visando a cicatrização de ferimentos. Para a manutenção das colmeias os produtores adquirem os seguintes insumos: farelo de soja, açúcar invertido e mel. Quando indagados sobre o papel ambiental das abelhas, 84,6% responderam que o principal papel das abelhas é o de polinizar plantas, enquanto os 15,4% não souberam e/ou não responderam. A grande maioria dos entrevistados não tem a apicultura/meliponicultura como sua principal atividade, sendo uma fonte de renda complementar. Os resultados indicam que os produtores familiares ainda não dominam totalmente a atividade, mas que estão buscando aprimorá-la por meio de encontros e capacitações. Existe também uma grande diferença no perfil e na produção de mel entre os entrevistados.

 


Palavras-chave


Abelhas Nativas; Apis mellifera; Produtores familiares.

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