Portal de Eventos do IFRS, 7º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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Propagação de estacas lenhosas de mirtilo do cultivar Clímax submetidas a diferentes concentrações de Ácido Indolbutírico
João Rudolfo Henn, Bruna Dalcin Pimenta, Tamara Gysi, Thaís Aline Dierings

Última alteração: 21-11-2022

Resumo


O mirtilo (vaccinium spp.) é uma cultura com potencial de adaptação à região sul do Brasil, apesar de seu centro de origem ser os Estados Unidos e o Canadá, novos grupos de cultivares com baixa exigência em frio vem sendo desenvolvidos, facilitando a adaptação da cultura em regiões mais quentes. O grupo rabbiteye é o menos exigente em frio, necessitando cerca de 300 horas frio anuais (abaixo de 7,2) para seu pleno desenvolvimento. Pesquisas recentes demonstram que o sul do Brasil tem suprido essa demanda nos últimos anos impulsionando as pesquisas e a implantação de pomares na região. Contudo, ainda estamos atrasados com relação à países vizinhos como Uruguai, Argentina e principalmente o Chile que já possuem a cultura consolidada em seus territórios. A alta rentabilidade por área, o extenso período de colheita e a elevada necessidade de mão de obra fazem do mirtilo uma alternativa para a agricultura familiar. É fundamental difundir  técnicas de manejo e de propagação da cultura, que se dá principalmente por estaquia. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a propagação de estacas lenhosas de mirtilo no período da primavera sob 4 doses de AIB (Ácido Indolbutírico) como hormônio enraizador. O experimento foi executado entre agosto e dezembro de 2021 no viveiro de mudas do IFRS - Campus Ibirubá. Para a propagação, 128 estacas lenhosas da cultivar Clímax, com 12 cm, foram retiradas no dia 12 de agosto de 2021 (32 para cada tratamento), submetidas a um corte em bisel na parte inferior e tratadas com imersão da base da estaca por 10 segundos em 4 soluções de ácido indolbutírico (AIB) na concentração de 0, 2.000, 4.000 e 6.000 ppm. Posteriormente, foram colocadas em vasos redondos de 30 x 30 cm (8 estacas por vasos) com casca de arroz e areia como substrato e mantidas no viveiro do IFRS - Campus Ibirubá com uso de sombrite. A irrigação foi feita duas vezes por dia através de microaspersores e a avaliação do enraizamento foi realizada 120 dias após o plantio das estacas. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de tukey a 5% de significância. Com relação à sobrevivência das estacas, o tratamento testemunha (sem AIB), com 34,37%  diferiu estatisticamente dos demais que não diferiram entre si e foram de 18,75% para 2000 ppm, 15,62% para 4000 ppm e 15,62% para 6000 ppm. Todas as estacas sobreviventes apresentaram calos, no entanto apenas 1 estaca, que foi do tratamento de 6000 ppm apresentou enraizamento (3,12%), para os demais tratamentos foi de 0%. A presença do AIB contribuiu para a diminuição da sobrevivência das estacas. Os resultados de sobrevivência foram relativamente baixos devido às condições do substrato que tinha baixa retenção hídrica e a irrigação que não era fornecida na frequência necessária (nebulização). No entanto, a presença de calos em todas as estacas sobreviventes indicam uma tendência dessas, emitirem raízes com o passar do tempo, provavelmente um período maior que 120 dias apresentaria melhores resultados de enraizamento. Vale ressaltar que a situação ideal de propagação seria sob ambiente protegido, em estufa sob nebulização frequente no entanto a única estufa do campus havia sido danificada pelo vento no ano anterior e permaneceu inutilizável até o meio de 2022.


Palavras-chave


Mirtilo; Propagação; Enraizamento;

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