A desigualdade e a discriminação de gênero são problemas já antigos em nossa sociedade e, ao longo da história, pudemos acompanhar diferentes esforços para combatê-las. Porém, apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, mulheres ainda enfrentam inúmeras barreiras em relação ao gênero em seu cotidiano, vida acadêmica e no trabalho. Nascido no ano de 2020, a partir de demandas de uma turma do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio no Campus Feliz do IFRS, o projeto Meninas High-Tech foi criado na linha do programa “Meninas Digitais”, proposto pela Sociedade Brasileira de Computação. O seu principal objetivo é promover reflexões e ações sobre a participação feminina em nossa sociedade, sobretudo nas áreas de Ciência e Tecnologia, buscando incentivar a atuação das meninas nessas áreas e problematizando as desigualdades de gênero. O projeto atua também por meio de suas redes sociais, ferramenta importante principalmente em seu desenvolvimento durante a pandemia da covid-19. Nesse espaço online, promove reflexões com a comunidade, como postagens no Instagram e lives no seu canal do YouTube. O planejamento das atividades ocorre através das demandas manifestadas por discentes e docentes, fomentando o protagonismo de estudantes bolsistas e voluntárias na construção das atividades, considerando a importância dessas vivências para a sua formação pessoal, profissional e atuação social. As ações do projeto são para a comunidade interna e externa do Campus Feliz do IFRS. Entre as ações realizadas pelo projeto no ano de 2022, estão a criação de um grupo no WhatsApp com as alunas dos cursos Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio e Superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas Campus Feliz, cujo objetivo é divulgar oportunidades na área da Tecnologia e aproximar as alunas dos cursos; produção de conteúdo para postagens no Instagram; nova edição da live “Jovens Inspiradoras”; desenvolvimento de oficinas para docentes da Educação Básica, oficinas para turmas de diferentes cursos do IFRS; oficinas em escolas da região e participação em feiras pedagógicas. O projeto continua se desenvolvendo e pensando em novas alternativas para alcançar e dialogar com a comunidade. Percebemos a importância do espaço que o projeto vem proporcionando para meninas que atuam ou pensam em atuar nas áreas de Ciência e Tecnologia: no processo de decidir atuar em um âmbito ainda marcado pela discriminação de gênero, encontrar apoio, principalmente de outras meninas, e lembrar que mulheres também fazem ciência e de que não estão sozinhas. Além disso, mobilizar a comunidade para que ela continue refletindo e problematizando seu papel na perpetuação de estereótipos e violências de gênero, é essencial para agirmos de forma consciente e responsável no combate às discriminações de gênero.