Última alteração: 22-11-2021
Resumo
A história da matemática conhecida tanto na educação básica como no ensino superior, é baseada em descobertas e teoremas de matemáticos (gênero masculino). Se pensarmos nos nomes dos teoremas, fórmulas ou conceitos ensinados no ensino fundamental e médio, pode-se dizer que são estritamente masculinos. Nomes como Pitágoras, Bháskara, Euler, Gauss, etc., são facilmente lembrados pelos estudantes. Nesse contexto, surge a pergunta: E as mulheres? Será que as mulheres não contribuíram em nada para a ciência? Qual a participação delas na história da matemática? O censo do CNPq de 2016, traz dados quanto a distribuição percentual de pesquisadores por sexo segundo a condição de liderança em grupos de pesquisa cadastrados nesse diretório. Os dados apontam que houve um aumento da participação feminina comparando os dados de 1995 a 2014. No entanto, esses dados são relativamente recentes, pois historicamente as mulheres foram afastadas do círculo criativo e da produção científica e tecnológica. Pesquisas recentes também relatam a sub-representação das mulheres nos corpos docentes e na produção científica em instituições de ensino superior, principalmente em cursos que envolvem ciências exatas. Diante disso, o principal objetivo do projeto foi pesquisar o papel de mulheres que foram importantes para o conhecimento matemático, visando contribuir para redução da sub-representação feminina na formação e produção científica através da divulgação das “mulheres matemáticas”, bem como suas contribuições e dificuldades enfrentadas no decorrer da história. A metodologia adotada foi qualitativa, de caráter bibliográfico, sendo que, com os dados encontrados foi confeccionado um dicionário biográfico e hospedado em um site para divulgação. Além disso, foram feitas leituras de Projetos Pedagógicos de alguns cursos de licenciatura do Instituto Federal Farroupilha e do Rio Grande do Sul para analisar como a disciplina de história da matemática trabalha a questão de gênero nos cursos, porém, não foi evidenciado nada em relação a gênero, mas algumas coordenações alertaram que estão em fase de reformulação. Com esses resultados espera-se contribuir para um conhecimento mais totalizante acerca da Ciência, em especial da Matemática, e para a formação de futuros profissionais da área, sejam eles homens ou mulheres, mostrando que, apesar das muitas dificuldades enfrentadas ao longo da história, a representatividade feminina existe e foi muito importante para construção dessa ciência. Os resultados foram divulgados em eventos e redes sociais do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Educação, Gênero e Sexualidade (NEPEGS) e pelo site do Campus Farroupilha.