Este trabalho visa refletir qual o papel do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) na comunidade de Rio Grande (RS) e na construção dos sonhos de seus estudantes, visto que ele é, por vezes, apresentado como um trampolim para uma ascensão e tomada de espaços urbanos distintos. Isso demonstra que a educação é vista como produto para inserir o estudante no mundo capitalista, incluindo espaços privilegiados de circulação como o próprio IFRS. A partir da metodologia de Análise nas Redes Sociais (ARS) identificamos que o IFRS está relacionado diretamente ao sucesso profissional e pessoal no imaginário da comunidade virtual local. Por meio de um estudo de caso, desenvolvido com estudantes dos Cursos de Ensino Médio Integrado, observamos que ao ingressarem eles se dividem entre sonhadores de uma formação subjetiva e outros de uma formação materialista. Relacionar o IFRS aos sonhos que serão alcançados, leva-nos a questionar o que sonham esses jovens: uma educação que visa transformar o mundo ou adaptar-se a ele? Vivemos numa sociedade consumista, alimentada pelo capitalismo, facilmente atraída pela crença de que comprar traz “felicidade”. Diante dessa realidade é mais fácil se preocupar em “ter” do que em “ser” e isso pode ser verificado em comentários retirados das redes sociais e de um questionário respondido por alunos de 1º ano. Esperamos que esses estudantes passem a habitar o Campus e nele aprendam sobre alteridade, compreendendo o que é viver em comunidade e, ao habitarem os espaços urbanos, sejam capazes de carregar tal sensibilidade consigo sem deixar de sonhar, pois numa perspectiva freiriana, é impossível viver sem sonhos. Ao conseguirmos que estudantes tenham essa consciência, estaremos colaborando para a inserção de sujeitos críticos nos diferentes espaços urbanos, pois são jovens que poderão transformar realidades.