Última alteração: 22-11-2021
Resumo
A digitalização de materiais tem se mostrado uma prática de extrema importância na preservação e promoção de saberes: nesse sentido, o projeto Digitalização e Preservação de Obras Raras da Saúde surgiu com uma parceria entre o Instituto Federal do Rio Grande do Sul- campus Osório e o Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, tendo como objetivo a produção e divulgação de catálogos criados a partir da digitalização de acervos, obras consideradas raras e objetos do museu. Dentre os materiais digitalizados está o periódico “Hygia- revista mensal popular de medicina e educação sanitária”, no qual procurava o ensinamento de preceitos básicos de higiene e sanitarismo para um público leigo através de artigos de personalidades importantes para a medicina sul-riograndense. Buscamos analisar a fonte nos aprofundando na questão feminina, compreendendo a necessidade de incorporar a categoria de gênero e levar em conta as diferenças de poder existentes em campos onde os homens sempre tiveram seu espaço de domínio reservado. É nesse contexto que se insere o presente estudo, objetivando apresentar e debater a presença feminina no campo da Saúde do século XX através da revista “Hygia”. Nossa metodologia pode ser dividida em duas etapas: a primeira, uma pesquisa historiográfica com o intuito de descobrir quem eram as autoras de matérias presentes nas edições e entender a presença das mulheres em vários campos do século XX, sobretudo o da Ciência e Saúde. Já na segunda parte, realizamos uma pesquisa e análise documental, levantando os artigos com temáticas femininas dos nove exemplares estudados. Até o presente momento, constatamos que as mulheres estão presentes em 5,04% das 119 publicações analisadas, em relação aos temas levantados está a maternidade, a gravidez e precauções, a ginecologia, as infecções sexualmente transmissíveis e outros, sendo alguns desses artigos de autoria feminina. Concluímos que apesar de grande parte das publicações do periódico “Hygia” serem escritas por homens, há uma forte presença feminina quando comparada a outras revistas da época.