O projeto de extensão “Histórias de Mulheres Artistas”, do IFRS Campus Canoas, busca opotunizar estudos orientados acerca de artistas mulheres, abordando suas histórias de vida e suas produções, sobretudo nas construções feministas e em relação à corporeidade feminina cisgênero. A relevância do projeto desponta junto à insurgência de pesquisas que têm reconfigurado a historiografia da arte pelo resgate de trajetórias de mulheres invisibilizadas durante a modernidade. O olhar masculino de autores como Janson, Gombrich e Argan, privilegia o registro da produção de homens e a persistência de convenções sobre a representação e o papel social impostos aos corpos das mulheres, desconsiderando seus ciclos naturais. Nesse sentido, interessa-nos a discussão sobre o enfoque, a qualidade da produção artística feminina, bem como sobre os contextos sociais e artísticos em que se inseriram (ou de que foram excluídas), à luz de autoras feministas como Linda Nochlin e Griselda Pollock. Nessa edição, temos por objetivo explorar as produções de artistas partícipes da segunda onda feminista, desde os anos de 1970 até a atualidade, sobretudo aquelas que empregam a corporeidade e/ou seu sangue em suas poéticas. Seus trabalhos serão apresentados à comunidade por meio das redes sociais e serão potenciais disparadores para a reflexão sobre pobreza menstrual e tabus acerca dos corpos das mulheres, com reuniões quinzenais para a sistematização das ações do projeto. Para divulgação dos materiais elaborados acerca da vida e obra das artistas estudadas, bem como de artistas que serão identificadas na comunidade de Canoas, foi criado o perfil  @artistas_mulheres_ no Instagram. Também estão sendo planejadas oficinas e conversas com a comunidade, pelas quais serão distribuídos os coletores menstruais adquiridos pelo fomento do Edital IFRS nº 20/2021. A primeira oficina virtual “Nós Sangramos: o corpo feminino como medida para normalidade”, será realizada em parceria com a IFCITEC - Feira de Ciências e Inovação Tecnológica do Campus Canoas e contará com a participação do projeto de extensão da UFRGS “Direito Para Todas”. Dessa forma, acreditamos que o projeto esteja cumprindo seus objetivos iniciais e, paulatinamente, possa se fortalecer como estratégia para a normalização da arte e da corporeidade feminina em nossa comunidade.