Última alteração: 18-11-2021
Resumo
A planta Cannabis sativa, possui centenas de compostos químicos produzidos pelo metabolismo secundário, incluindo canabinoides e compostos fenólicos, cada um com potenciais propriedades biológicas. Atualmente, a comunidade científica indica com o termo canabinóides a esses terpenofenóis derivados da Cannabis sativa, mas também compostos sintéticos capazes de agir direta ou indiretamente sobre os receptores de endocanabinoides. Os terpenoides da Cannabis sativa que possuem funções terapêuticas são conhecidos desde muito tempo, porém ainda existe muito controvérsias a respeito da sua utilização medicinal. O estudo dos seus análogos, dos receptores canabinoides (CB1 e CB2) e das enzimas envolvidas no seu metabolismo é muito recente. O primeiro medicamento baseado nos canabinoides endógenos é um antagonista do receptor CB1, utilizado para o tratamento da obesidade. Por meio disso, esse estudo tem por objetivo avaliar o potencial protetivo e/ou curativo de terpenóides sintéticos encontrados em C. sativa sobre o Sistema Nervoso Gabaérgico e Colinérgico de C. elegans. Há relatos de um crescente interesse clínico dos canabinoides e da sua aplicação terapêutica, contudo os seus efeitos secundários limitam a sua aplicação e autorização. Além disso, acredita-se que exista interferência destes compostos com o Sistema Nervoso Gabaérgico, que é responsável, por exemplo, pela ansiedade e muito afetado em doenças como a depressão. Em conjunto estas modificações neuronais induzem alterações comportamentais que prejudicam a qualidade de vida dos indivíduos com doenças neurodegenerativas, muito comum em processos de envelhecimento senil. Assim, considerando que ainda se desconhece a etiologia de inúmeras desordens neurológicas, para compreender seus processos fisiológicos tem-se utilizado organismos modelos, Caenorhabditis elegans, nematodos de vida livre, já consolidado nas áreas de bioquímica, genética e toxicologia, para avaliar o potencial neuroprotetor dos terpenoides sintéticos de C. sativa sobre os Sistemas Nervosos Gabaérgico e Colinérgico e as etiologias de distúrbios de ansiedade, depressão e doenças neurodegenerativas. Tanto o neurotransmissor GABA, quanto a ACh, estão presentes em Caenorhabditis elegans, contudo, em contraste do que ocorre em vertebrados onde o GABA age nas sinapses do SNC, nos nematoides, assim como a ACh, a ação é primeiramente em sinapses neuromusculares. Com isso, pretende-se definir o potencial neuroprotetor do THC e do CBD sobre os sistemas nervosos gabaérgico e colinérgico para determinar o possível uso destes terpenoides sintéticos no retardo da progressão dos efeitos fisiológicos de doenças neurodegenerativas, em especial a Doença de Alzheimer. Entretanto, o presente estudo ainda encontra-se em fase experimental, não havendo resultados conclusivos para serem apresentados e nem discutidos.