Nas duas últimas décadas, ocorreu um amento evidente de áreas plantadas com mirtilo, decorrente de uma maior procura de frutas pela população em razão dos benefícios para a saúde. Uma planta adulta de mirtilo extrai os macronutrientes na seguinte ordem: nitrogênio (N), cálcio, potássio, fósforo e magnésio, sendo que o primeiro é praticamente o nutriente mais exigido pela cultura. Para determinar qual fonte de N é a mais indicada, é preciso observar os valores de pH em água do solo, sendo que, se for menor que 5,0, a ureia é mais indicada. Ao contrário, se o valor for maior, recomenda-se o N amoniacal, por ser mais acidificante que a ureia. Como o mirtilo apresenta grande propensão a toxidez por fertilizantes é recomendado fracionar a dose anual no mínimo em duas parcelas, as quais são recomendadas pela literatura na abertura das gemas florais e na plena floração. Entretanto, em regiões de clima mais quente pode-se obter resultados melhores em outras épocas de aplicação. Devido a isso, o objetivo desse estudo foi analisar o desenvolvimento de plantas de mirtilo submetidas a adubação antecipada de ureia. Para isso, foi aplicado, nos dias 9 e 27 de fevereiro de 2021, 5g de ureia fracionada em cada época. A escolha dessas épocas deu-se pelo baixo teor de N nas plantas, concluído através de análise foliar das mesmas. A aplicação foi realiza em um horário com baixa temperatura, e foi aplicada na superfície do solo seco formando um raio de, aproximadamente, 20 cm das plantas evitando contato direto com as plantas pois pode causar queimaduras devido a concentração de fertilizante, visto que, contém aproximadamente 44% de N, e em seguida foi realizada uma incorporação no solo. Para finalizar, foi utilizado irrigação via gotejamento, a fim de minimizar a volatilização de amônia e facilitar a disponibilidade dessa adubação ao solo. Após o período de 60 dias já foi possível observar, visualmente por enquanto, que a adubação nitrogenada influenciou no desenvolvimento das plantas, e, pode-se citar alguns dos fatores encontrados: as plantas que receberam a adubação tiveram maior número de ramos, maior estatura, aspecto mais sadio e aparecimento de flores e frutos mais antecipados em comparação com as plantas que não receberam a adubação. É necessário, por fim, realizar as avaliações dos componentes de produtividade e análise estatística dos dados para confirmação do exposto.