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Projeto Leia mais mulheres restinga: Um projeto de questionamentos
Sandra Romero Silveira, Nathalia Luisa Giraud Gasparini, Lara Batista Barella

Última alteração: 26-01-2021

Resumo


O  trabalho tem o objetivo de contextualizar a criação do projeto de ensino Leia + Mulheres Restinga e apresentar as ações realizadas até agora. #readwomen nasceu em 2014, quando a escritora Joanna Walsh criou a hashtag, propondo que as pessoas lessem mais mulheres. Com o objetivo de fomentar a literatura contemporânea escrita por mulheres, ampliar essas experiências e envolver a comunidade em geral e a acadêmica do IFRS nos debates, surgiu o Leia + Mulheres Restinga. Partindo do pressuposto de que a literatura é instrumento de educação e diálogo, precisávamos encorajar a valorização dessas obras atuais. Trazer a diversidade das vozes femininas e suas representatividades não é uma tarefa fácil. Tanto na ficção, quanto nas teorias literárias, as mulheres estão presentes, e tencionamos aumentar o volume para ouvir melhor esses sons. Nossa motivação é estimular a democratização da literatura, fazer com que as pessoas questionem os conceitos arraigados em nosso cânone. Fizemos leituras teóricas para embasar: O que deve ser considerado literário? Se a literatura é instrução, não deve servir como mecanismo de distinção, hierarquização, mas como discurso desestabilizador. Ao pensar a realidade social, buscamos perspectivas diferentes da classe média olhando para si, que é o que o cânone literário mais privilegiou até hoje. Nosso desafio é ler o máximo possível debatendo sobre isso, em nosso grupo e na comunidade, divulgando os resultados. Então teorias literárias e pesquisas foram analisadas, sobretudo um estudo basilar da pesquisadora Regina Delcastagné, mostrando a desigualdade na presença de autoras no mercado editorial e na representação de personagens que fogem ao estereótipo homem, branco e heterossexual. Temos a facilidade e ao mesmo tempo a dificuldade, no cenário atual, de usarmos o cyber espaço para avançarmos nessas práticas, constantemente adaptadas. Desse modo, aplicamos um questionário para saber se as pessoas leem obras de autorias femininas e pensam sobre o tema, abrimos espaços para indicações de livros em formato de resenhas nas mídias sociais e elaboramos informativos online atualizados. Em nosso encontro para discutir o livro Ponciá Vicêncio, Conceição Evaristo, obtivemos ótima adesão. O próximo encontro: livros de fantasia e ficção. Esperamos criar uma  cultura de crítica literária livre, justa, discutindo a baixa representação das mulheres, em personagens e em autorias, além das consequências dessa representação. O fazer literário traz questionamentos e desconfortos. Necessitamos da arte para repensarmos o outro. Qual é o papel da mulher nisso? O intuito é fazer a comunidade acadêmica refletir sobre esse assunto.

Palavras-chave


Ensino.Literatura.Leitura

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