Portal de Eventos do IFRS, 5º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

Tamanho da fonte: 
DIREITOS MAIS QUE HUMANOS: SEGURANÇA ALIMENTAR, CORPOS E GÊNERO
Fabíola Pelissoli Ferri, Kathlen Luana de Oliveira, Luiza Soethe Avila, Alanis Ramos Côrrea

Última alteração: 05-01-2021

Resumo


Este trabalho consiste na pesquisa das relações entre soberania alimentar e ecofeminismo. A soberania alimentar tem sido um desafio às sociedades. Há hábitos de alimentação e modos de produção e distribuição que partem de uma lógica exploratória, sexista que explora e que transforma tudo em mercadoria. Há uma hierarquia de corpos e espécies, heranças de cosmovisões mercadológicas e religiosas que naturalizam injustiças e desigualdades. Na busca pela soberania alimentar, o lugar das mulheres é diverso e perpassado pelas históricas noções de exploração. O corpo e aquilo que produzimos e consumimos são interfaces de um ato político e social. Assim, compreender como aspectos culturais moldam o que entendemos por gênero e influenciam a perspectiva do lugar de cada indivíduo na natureza e na sociedade é fundamental. Com o referencial teórico de Sônia Alvarez, Emma Siliprandi, H. Saffioti, Carol Adams pretende-se abordar conceitos como ecofeminismo, segurança alimentar e gênero. Almeja-se compreender como a exploração da natureza está atrelada aos corpos das mulheres. Busca-se repensar as estruturas culturais e religiosas que cimentam visões especistas e sexistas. Investigando o ecofeminismo, é discutida a relação atribuída às mulheres com a natureza, e as relações de poder impostas culturalmente. Objetiva-se questionar hábitos e conhecer processos produtivos dos alimentos através da aproximação com produtoras agroecológicas da região do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Para atingir os objetivos propostos, seguem-se quatro etapas. A primeira é o estudo e o debate do referencial teórico. A segunda consiste no estudo de vídeos sobre agroecologia, promovidos pelo IFRS “Conexões ecológicas do IFRS: agroecologia, segurança alimentar e educação ambiental”. A terceira consiste no mapeamento da presença das mulheres em locais agroecológicos da região litorânea do Rio Grande do Sul. A quarta etapa refere-se à produção de materiais audiovisuais com as descobertas da pesquisa. De forma parcial, é possível perceber a complexidade do conceito de soberania alimentar, não limitando-se apenas à erradicação da fome, mas envolve a produção, distribuição, qualidade, ética da alimentação. Como conclusões preliminares, constata-se a importância do estudo sobre o assunto em escolas de ensino médio, para uma mudança individual e coletiva da sociedade às próximas gerações. A pesquisa possibilita desconstruções de visões sexistas e especistas. Há a necessidade de mudanças em um sistema exploratório que conduz a sociedade ao uso e à exploração da natureza, dos corpos humanos e animais.

Palavras-chave


Sexismo, Agroecologia, Ecofeminismo

Texto completo: PDF