O conceito de Inovação Social é relativamente novo, seu campo de pesquisa ainda é amplo e pode ser desenvolvido em diversas áreas acadêmicas. Neste contexto, o desenvolvimento local finda-se na ideia de transformação social e sustentabilidade. Como etapa do projeto sobre geração de renda em comunidades quilombolas, a pesquisa parte do pressuposto que compreender a realidade local, conhecer habilidades e aptidões das mulheres e tentar desenvolver atividades econômicas, possibilitará uma transformação na realidade social, nas relações de trabalho e na inserção de novas formas de cultivo e comercialização de produtos, gerando renda extra para as famílias envolvidas. O objetivo deste artigo é relatar o envolvimento dos pesquisadores com a comunidade da Arvinha – RS, na tentativa de criar alternativas de renda para um grupo de mulheres do quilombo. Como decorrência do objetivo principal os objetivos específicos centram-se em: conhecer e analisar a realidade da comunidade quilombola; promover workshops; desenvolver produtos para comercialização; e apresentar à comunidade em geral sua história. Em resposta ao primeiro objetivo, seguiu-se uma abordagem qualitativa com a técnica de entrevista para coleta de dados. Para o segundo objetivo, apresentou-se aos moradores, por meio de oficinais quinzenais, produtos comercializáveis que se destacam no mercado por ter sua característica sustentável e cultural, bem como práticas de cultivo e produção, viabilidade financeira e comercial.  Para a resposta do terceiro objetivo, construiu-se em conjunto com as mulheres um planejamento de possíveis produtos: implantação de hortas orgânicas, plantas medicinais, sabonetes ecológicos e a realização de um ecoturismo dentro da comunidade para visitação do público externo. Por fim, no quarto objetivo, realizou-se uma oficina de aprendizagem, produção e comercialização de sabonetes artesanais feitos pelo grupo, criou um roteiro turístico para a comunidade receber instituições de ensino da região para conhecerem a comunidades e sua história. Ressalta-se que o projeto ainda está em andamento e que essa comunidade por muito tempo ficou marginalizada pela sociedade, sem afetividade ou incentivo na exposição de seus produtos para geração de uma renda voltada a sua própria sobrevivência. Os resultados prévios mostraram que a ideia de desenvolvimento sustentável na comunidade está sendo desenvolvida aos poucos através de algumas ações propostas pelo grupo de pesquisa. A produção, comercialização e lucro obtido pelas moradoras da comunidade com seu artesanato, sua história e cultura estão empoderando-as cada vez mais. Notou-se, no entanto, a resistência das participantes em comercializar seus produtos conjuntamente e realizar a divisão dos seus lucros.