Última alteração: 25-01-2021
Resumo
Este projeto visa desenvolver um laboratório de práticas corporais no campus Osório do IFRS. O intuito é oferecer aos estudantes dos cursos do Ensino Médio Integrado, espaço e tempo institucionalizado para que possam conhecer, aprender, experienciar, apreciar e (re)significar diferentes práticas corporais sistematizadas, compreendendo-as como produções culturais dinâmicas, diversificadas e contraditórias. Parte do pressuposto teórico-metodológico, e político, de que o aluno tem o direito de aprender e os professores (a escola) de ensinar, e de que o conhecimento, em qualquer área, é elemento fundamental para que o sujeito consiga perceber o mundo e perceber-se. Sua origem orgânica se encontra na identificação de expressivas lacunas de aprendizagem no tocante às práticas corporais - conteúdos da Educação Física escolar -, nos alunos ingressantes na instituição. Tais lacunas reduzem as possibilidades de inclusão e de socialização desses alunos na instituição. Inicialmente, o projeto previa a realização de oficinas de práticas corporais, porém, dada a pandemia, o projeto procura contemplar parte de seus objetivos a partir da criação de um espaço virtual – um perfil no instagram – para que os alunos do campus (e também servidores) possam participar do projeto apresentando suas práticas corporais preferidas, bem como os sentidos atribuídos a elas. Isso pode ser realizado tanto de forma escrita, preenchendo um formulário específico, ou através da produção de um vídeo. Com significativa participação de alunos e servidores até o presente momento, o projeto vem oportunizando aos alunos do campus conhecer, apreciar e identificar a pluralidade de práticas corporais sistematizadas, bem como reconhecer distintos sentidos atribuídos a elas. Além do reconhecimento da pluralidade de práticas corporais existentes, merece destaque a identificação de significativo número de práticas não tradicionais na Educação Física escolar as quais desafiam diversos estereótipos historicamente configurados no mundo esportivo. Refiro-me aqui, por exemplo, a prática do Tiro de Laço realizado por uma aluna e o downhill praticado por um aluno. Não raro, estereótipos (corporais, de gênero, de classe, de cor da pele etc.) geram exclusão e reduzem as experiências corporais no ambiente escolar. Entendemos que, dessa forma, o projeto contribui com os esforços empreendidos por todo o IFRS no que diz respeito à permanência e êxito dos alunos.