Última alteração: 11-01-2021
Resumo
Os brechós ganharam novos significados com a Era Digital, enquanto as associações femininas vêm demonstrando grande afinidade com a ideia de sororidade, ou seja, mulheres que se veem como próximas e cooperam entre si. Essas duas estruturas além de se conectarem pela partilha de bens tangíveis e intangíveis se encontram, por serem voltadas à esfera popular. Já tecnologia surge pelo seu crescimento nos últimos anos, tendo um papel central na criação de novas relações sociais e de consumo, tornando-se necessário moldar as estruturas locais a esse movimento da Era Digital. A presente pesquisa surge com Economia circular, um sistema socioeconômico de copropriedade construído em torno dos novos instrumentos tecnológicos. Nesse sentido, começou a se trabalhar com esse conceito através dos brechós e associações femininas do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Desse modo, o objetivo geral dessa pesquisa é desenvolver um infoproduto (aplicativo com arquitetura peer-to-peer), voltado a economia circular de brechós e associações do Litoral Norte Gaúcho. Para tanto, a metodologia desenvolvida foi uma pesquisa bibliográfica e documental, seguida do estudo de caso dessa região através do mapeamento em sites de busca na internet acompanhado de uma análise de dados quali-quantitativa, além da aplicação de Web Survey. Já a construção do aplicativo, utiliza-se o método Design Thinking. Os resultados parciais mostram que não existem, dentro da bibliografia pesquisada, plataformas ou estudos que realizem esse encontro entre as associações e brechós femininos, isto a nível setorial, estadual, nacional ou internacional, demonstrando as potencialidades inovadoras desse projeto. Averiguou-se ainda que as associações produzem não só laços associativos entre as mulheres, mas laços de sororidade, enquanto os brechós fomentam uma recirculação de bens coletiva. O mapeamento inicial demonstrou a existência de 12 brechós e 14 associações femininas nas cidades de Capão da Canoa, Osório e Tramandaí, as mais populosas do locus da pesquisa. Para mais, foi construído as telas iniciais e o logo do aplicativo. Por fim, pode-se considerar, através dos dados coletados, que os brechós e associações estão buscando adaptar-se à tecnologia, geralmente, pelas redes sociais. Porém, de acordo com a literatura, essa não é a melhor alternativa, pois passa a ideia de informalidade e falta de confiança ainda mais quando esse uso é relapso e sem um padrão como acontece no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, reforçando, dessa maneira, a necessidade de criar um aplicativo, neste caso intitulado Fidere, para essas estruturas gerando, possivelmente, impacto social positivo.