Este trabalho apresenta o relato de experiências de ensino remoto, no Programa de Extensão Projeto Prelúdio, suscitando reflexões a partir da demonstração e análise do trabalho realizado com quatro grupos: Orquestra Infantil, Orquestra Juvenil e duas bandas. Os dados apresentados são referentes até o momento da submissão do trabalho, visto que os projetos ainda estão em andamento. A realização das atividades de maneira inteiramente remota impôs desafios para adaptação a modalidades não presenciais de ensino de música e da prática musical, tais como a falta de contato entre os participantes, a manutenção da motivação e a mediação pelas tecnologias, bem como o acesso às mesmas. Contando com a atuação do bolsista, foram desenvolvidos encontros síncronos virtuais semanais (ensaios/aulas), gravação e edição de vídeos. Com a Orquestra Juvenil foram realizados ensaios semanais que culminaram na gravação e edição de um arranjo baseado em música internacional, apresentado na Mostra Mosaico IFRS 2020. A Orquestra Infantil do Projeto Prelúdio 2020, além dos ensaios semanais, também contou com a aprendizagem inicial de algumas palavras em Libras, impulsionados pela bolsista Isabel Rodrigues, e resultou na gravação de um vídeo em que as crianças interpretam em Libras uma música. Nesse grupo também ocorreram vídeo-aulas de flauta doce, teclado e percussão para outra música. O arranjo da música foi adaptado pela professora para abranger os instrumentos que as crianças dispunham em casa, já que originalmente contava com instrumentos disponíveis no Espaço Prelúdio. Também foram confeccionados caxixis, para as aulas de percussão. A banda Return retomou repertório desenvolvido anteriormente e desenvolveu composições próprias durante os ensaios. Um vídeo foi gravado, com interpretação de uma música, apresentado também na Mostra Mosaico IFRS 2020. A banda Maresia foi o grupo onde as fragilidades do ensino remoto ficaram mais evidentes. Não foi possível realizar nenhuma gravação, houve baixa participação dos integrantes nos encontros, reflexo da desmotivação gerada pela falta da “brincadeira” musical espontânea e do encontro com os colegas, vinculados ao contexto presencial. A partir dessas experiências, foi possível observar que a adaptação dos fazeres musicais ao modelo remoto apresenta desafios a todos os envolvidos, relacionadas tanto à tecnologia como a aspectos humanos.