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REALISMO NA FILOSOFIA DA CIÊNCIA DE DAVID HUME
Bruna de Souza Vanazzi, Franco Nero Antunes Soares, Lorenza Pabst Botton, Tiago Dadalt Zappaz, Marina da Cruz

Última alteração: 12-01-2021

Resumo


O objetivo desta pesquisa é investigar a razoabilidade da interpretação realista-cética do naturalismo de David Hume segundo a qual temos uma ideia de objetos externos. A hipótese principal é que se existe uma ideia da existência de entidades não-subjetivas, então a ideia de objeto externo deve ser redutível a impressões, caso contrário ela não poderia ser uma crença. Uma implicação importante dessa interpretação é que a teoria empirista das percepções não pode ser a explicação total da natureza do pensamento. A argumentação realista tentará mostrar que nós temos consciência imediata de uma percepção ou noção original da existência de objetos externos que é parte integrante de nossa crença natural em objetos externos. Em outras palavras, a possibilidade da existência dessa noção de objetos externos, sua existência real, mais o endosso do processo natural pelo qual ela é produzida na mente (isto é, o endosso à legitimidade do conteúdo expresso por essa noção ou crença natural) conduziriam Hume a uma concepção positiva, não-cética, sobre a existência de um mundo externo. O realismo cético compreende que devemos reconhecer que Hume assume, tanto no Tratado como na Investigação, uma concepção realista do mundo externo e de poderes causais. Para as interpretações fenomenalistas de Hume, as expressões “mundo externo” e “conexão necessária objetiva” são expressões linguísticas desprovidas de significado. O realismo cético difere do fenomenalismo fundamentalmente por ser um ponto de vista no qual se defende a tese de que existem objetos que garantem a regularidade da experiência. O que permanece em disputa é saber que tipo de conhecimento podemos ter desses objetos. Para os fenomenalistas, a realidade constitui-se de complexos de experiência, de fenômenos, cujo fundamento é a regularidade da experiência passada. A ideia de um objeto material pressuposta pelos realistas é problemática porque, segundo os fenomenalistas, não temos consciência, mediata ou imediata, desse tipo de entidade, condição suficiente para que suspendamos o juízo em relação a tais entidades. De acordo com seus objetivos, a pesquisa desenvolverá uma metodologia exploratória. Em relação aos procedimentos técnicos utilizados, realizar-se-á uma pesquisa bibliográfica. As etapas da pesquisa incluem leitura, contração, explicação e comentário das fontes primárias, e leitura, explicação e síntese das fontes secundárias. A metodologia propriamente filosófica a ser utilizada fundamenta-se na interpretação textual e na análise e interpretação de argumentos. Por fim, espera-se a produção de uma dissertação ou ensaio filosófico sobre o tema na forma de um artigo.

Palavras-chave


Realismo; Ceticismo; Mundo externo

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