Na atualidade o uso de agrotóxicos no meio rural está sendo questionado, o que traz novos desafios para o produtor. Esse cenário tem demandado ao mesmo adaptar-se a novos sistemas de registro das aplicações, conhecer melhor os alvos e as épocas corretas de aplicação, evitar danos ao meio ambiente e aos seres vivos, dentre outras exigências. As ações de extensão rural muitas vezes são realizadas por empresas focadas na comercialização de insumos, não são focadas em atender essas demandas. Diante disso, o projeto “Intervenção em pulverização agrícola baseada em diagnóstico participativo” estuda, apresenta e aperfeiçoa meios para melhorar a qualidade da pulverização. Com o apoio de órgãos e outras instituições que possuem vínculo com a área rural, como Emater e prefeituras, são realizadas palestras ou reuniões com os agricultores, apresentando a proposta e os erros mais comuns na pulverização. Após essa etapa de sensibilização e motivação, a etapa de intervenção inspeciona vários itens como: manômetro, estado de conservação do pulverizador e do trator, condição da bomba e periocidade na troca de óleo, perfil do agricultor. Dentre as propostas levadas aos produtores, destacam-se as que visam evitar a deriva e o escorrimento, pois a maioria acredita que “lavar” as plantas é adequado. Somado a isso, as correntes de ar dos pulverizadores são excessivas e transportam a pulverização para além do dossel das plantas, pois não são projetados para as culturas da região, em especial a videira. Este resumo tem como objetivo apresentar as principais intervenções desse projeto. Uma delas é baseada em um dispositivo que visa ajustar a corrente de ar, chamado de “Bolachão”, que evita o transporte das gotas pulverizadas ultrapassando o dossel das plantas. Com seu uso a pulverização é mais próxima dos alvos, evitando a deriva, permitindo reduzir a taxa de aplicação e consequentemente diminuir os custos. Outra ação visa evitar o posicionamento errado dos bicos de pulverização. A corrente de ar tem uma declinação no sentido do giro das pás do ventilador, que deve ser corrigida pela posição dos bicos. Tem sido muito comum encontrar, um a dois bicos em posição radial que projetam seus jatos diretamente para o solo ou para o caule das plantas, sem sequer atingir o dossel. As intervenções vem obtendo bons resultados, mediante a apresentação dos dados e demonstração de técnicas diretamente na propriedade e com a participação dos produtores, o projeto tem conseguido colaborar para a melhoria da qualidade da pulverização.