Última alteração: 28-02-2020
Resumo
No Brasil, mais de 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência (visual, auditiva, motora, mental ou intelectual) e 25% vivem na linha de pobreza não tendo acesso a áreas públicas de lazer. Este estudo objetivou ampliar o jardim sensorial e criar atividades sensitivas e lúdicas para estimular os sentidos do corpo humano. O estudo foi conduzido no Jardim sensorial do Centro de Equoterapia do Cavalo Crioulo, no Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Sertão (RS). Para implantação do jardim sensorial foram utilizados materiais recicláveis, como pneus, bobinas, caixotes, paletes. Estes materiais serviram para confecção de floreiras, mesas, nichos, bancos e cercas, respectivamente. O jardim foi criado a uma altura pré-determinada, facilitando o acesso de pessoas com necessidades especiais. Foram utilizadas plantas de diferentes cores, texturas, aromas (ervas e flores), materiais de diferentes texturas e espessuras (areia, argila expandida, pedras, cascas de árvores), diferentes sons (sinos do vento e fonte d’água). Desta forma, os visitantes passaram por todos os setores, estimulando todos os sentidos (visão, tato, paladar, olfato e audição) não afetados pela deficiência do usuário. Além disso, foram utilizadas diferentes técnicas, tendo o jardim sensorial como base, como: projeção (luz e sombra), decalque de folhas, trilha com diferentes texturas e espessuras (areia, argila expandida, pedras, bambu, cascas de árvores e grama), meditação por meio de histórias, identificação de cores primárias e confecção de objetos (casas de passarinhos, vasos de pet, placas) utilizados nos jardins. Também foram resgatadas brincadeiras, como boliche, confeccionado com garrafas PET; jogo de argolas, confeccionado com mangueira e madeira recicladas; jogo do tabuleiro sobre as plantas do jardim; e jogo da memória sobre plantas medicinais nativas. Com estas atividades são desenvolvidas as capacidades físicas, motoras, sociais, afetivas, cognitivas e linguísticas dos visitantes. Além disso, essas atividades por serem mais aplicadas tornam-se mais divertidas e prazerosas, estimulando os visitantes a interagirem com o jardim sensorial e entre si. Desta forma, o jardim sensorial deixa de ser apenas uma área de lazer para se tornar uma ferramenta de inclusão social para pessoas com necessidades especiais e/ou vulnerabilidade social.