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Distribuição potencial preliminar de uma espécie de trepadeira endêmica da Mata Atlântica (Mikania paranensis Dusén) em cenário futuro de alterações climáticas.
Jeane Folle Dos santos, Maria Cláudia Melo Pacheco Medeiros

Última alteração: 06-12-2019

Resumo


O bioma Mata Atlântica compõe um dos maiores conjuntos de florestas tropicais úmidas da América do Sul, possuindo notável número de espécies compondo sua diversidade biológica. Das variadas formas de vida que compõem a biota atlântica, se destacam as plantas trepadeiras, organismos com papel chave na estrutura e no funcionamento de diferentes ecossistemas do bioma. Além da perda de habitat que está relacionada ao desmatamento histórico da Mata Atlântica, esse grupo de plantas pode sofrer com impactos das alterações climáticas, que potencialmente alteram seus padrões de sobrevivência e ocorrência na região. Diante disso, este estudo tem como objetivo avaliar o efeito das mudanças climáticas futuras na distribuição geográfica de Mikania paranensis Dusén (família Asteraceae), espécie de trepadeira endêmica da Mata Atlântica do Sul do Brasil. A partir do sistema de informações digitais de coleções científicas Specieslink, foi elaborado um banco de dados de localidades de conhecida ocorrência da espécie estudada, as quais foram devidamente georreferenciadas e checadas, com auxílio do programa QGIS. O banco de dados obtido foi utilizado como base para a estimativa de modelos de distribuição geográfica potencial atual e futura do táxon. A modelagem foi realizada com o programa Maxent, a partir de 19 variáveis bioclimáticas disponíveis na base de dados Worldclim, com resolução espacial de cerca de 1km2. Foram encontrados, no total, 94 registros de ocorrência de M. paranensis, relacionados a 76 localidades distintas. O modelo de distribuição atual indicou que a porção leste dos três estados da região Sul e a porção centro-sul do Paraná apresentam maior probabilidade de ocorrência da espécie, e a variável climática temperatura média da estação mais quente (bio10) apresentou grande importância para a estimativa do modelo, provavelmente por influenciar diretamente na época de floração dessas plantas. O modelo de distribuição futura foi construído com uma projeção climática (HADGEM2-ES) para o ano de 2050, num cenário otimista (RCP4.5), obtido na base dados Worldclim. O resultado revelou que as condições climáticas projetadas não são adequadas para M. paranensis, o que poderia resultar em expressiva ou total redução da sua área de ocorrência atual. A seguir, o estudo incluirá a utilização de um cenário pessimista (RPCP8.5) para 2050, além da construção de modelos para o ano de 2070, em que serão excluídas variáveis climáticas correlacionadas, a fim de verificar sua influência nos resultados. Por fim, será feita uma comparação quantitativa de todos os modelos de distribuição atual e futura estimados.


Palavras-chave


Biogeografia; Modelagem de distribuição; Asteraceae

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