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Feminismo na Restinga: a insurgência de mulheres na periferia
Vitória Clavelin Barbosa, Tatiana Teixeira Silveira

Última alteração: 18-12-2019

Resumo


Este programa de extensão é um espaço de diálogo, aproximação e de trocas entre mulheres que criaram formas de resistir no passado e continuam resistindo através de espaços como a liderança comunitária e de instituições que promovem a igualdade de gênero neste bairro, mediante as discussões dos feminismos contemporâneos. Para esse intento, embasamos nossas abordagens em estudos realizados dentro dos Institutos Federais, em estatísticas que envolvem as mulheres e em estudos teóricos dos feminismos. Este programa se justifica, inicialmente, pelo período por qual passa o Brasil, os conflitos em sua política econômica e a consequentemente influência do campo político sobre a sociedade, que pode ser percebida quando vislumbramos os ataques, quase que compulsórios, sobre as liberdades individuais e coletivas de determinadas populações. O objetivo geral do programa é proporcionar ações educacionais que abordem, em uma perspectiva crítica, a temática feminista na Restinga, envolvendo a comunidade acadêmica, mulheres líderes comunitárias, mulheres terceirizadas do serviço de limpeza do Campus e a comunidade do bairro em nossas ações. Para alcançarmos este objetivo, desenvolvemos as seguintes ações coletivas de formação feministas: projeto de extensão ‘Nós podemos discutir corpo, gênero e sexualidade na Restinga’; grupo de estudos sobre feminismos; oficinas feministas; cursos; elaboração de materiais didáticos/informativos e evento sobre feminismos e interseccionalidade. Esse programa possui como parceiro institucional o projeto de ensino ‘Educação para o feminismo no Campus Restinga’, que também foi desenvolvido em 2018 e indica as demandas para problematizar a inclusão, a permanência e o êxito das mulheres no ensino profissional e a Rede de Enfrentamento da Violência contra as mulheres da Restinga. Neste sentido, podemos apontar como resultado o incentivo à cultura de construção de movimentos coletivos, de formação política e feminista e consequentemente direcionadas à mobilização e defesa das mulheres do bairro, sendo o Campus Restinga o centro de referência, pois este programa é executado por integrantes do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade (NEPGS) do Campus Restinga e pelas alunas que compõem o Coletivo Feminista Ada Lovelace. No momento atual, em que o Brasil é classificado como o 5º (quinto) país no mundo em número de homicídios de mulheres (feminicídio), torna-se urgente a formação de redes de colaboração ao enfrentamento da violência contra as mulheres, principalmente em comunidades/bairros da periferia, onde a violência já é prática cotidiana de sobrevivência à desigualdade social e econômica.


Palavras-chave


Feminismos; Periferia; Mulheres

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