o objetivo de estabelecer um espaço de diálogo e convivência sobre o lugar da mulher na sociedade, tendo como mediador o fazer em arte. Dentre os objetivos específicos estão: estabelecer encontros quinzenais com as alunas para o estudo e as discussões sobre a condição da mulher; utilizar as diversas linguagens artísticas (principalmente os fios) para mediar o diálogo, de forma a criar um espaço de expressão e liberdade; discutir textos e demais referenciais sobre a questão de gênero; participar de encontros externos ao campus com esse tema; fomentar ações dentro do campus e na comunidade alertando sobre a violência contra a mulher. A expressão artística é uma das linguagens capazes de dar vazão às diversas emoções e sentimentos, o que pode oportunizar às alunas um espaço não invasivo para tratar de assuntos por vezes difíceis de serem abordados. A ideia de oferecer um projeto de ensino com essa temática, parte da observação de que não existe no campus Vacaria nenhuma ação contínua e, a partir do contato com as alunas, percebe- se que há uma demanda para esse assunto. É preciso pontuar que, conforme a Secretaria de Segurança Pública, em 2019, no município de Vacaria, até agosto, foram registrados 223 casos de ameaça, 125 casos de lesão corporal e três de estupro. Esses indicadores exigem uma intervenção imediata dos diversos setores da sociedade, dentre eles, a escola, que como ambiente educativo não pode se furtar a ampliar a discussão sobre a violência contra a mulher e suas mais diversas implicações. Também conforme noticiado pelo jornal Pioneiro, com base nos dados do projeto Acolher Vacaria, as vítimas de violência são mulheres entre os 17 e os 40 anos, justamente a idade de nossas alunas nos diversos cursos oferecidos pelo IFRS. A partir dessas proposições, o projeto já fez intervenções em duas escolas através de rodas de conversa coordenadas pelas alunas do IFRS e pela bolsista. Participam dos encontros alunas do Integrado e da graduação. Até o momento, o projeto já demonstra que o espaço criado foi importante, pois alguns assuntos tidos como tabu vieram à tona e puderam ser acolhidos por todas de modo a resultar em algum conforto para quem o trouxe. Além disso, atraiu o olhar da comunidade escolar sobre os conflitos e as situações pelas quais as alunas passam no seu cotidiano.