Última alteração: 18-12-2019
Resumo
O projeto de extensão “Mãos Arteiras” surgiu a partir da necessidade de acolher pessoas com deficiência que ficaram sem atendimento pedagógico após a extinção da Associação Pais e Amigos Excepcionais de Alvorada (APAE) em Março de 2017, possuindo grande importância para a comunidade. Ele possibilita o contato do IFRS Campus Alvorada com a comunidade externa com necessidades especiais através de ações que envolvem ensino, pesquisa e extensão de forma indissociável e que geram mudanças significativas nos processos de ensino e aprendizagem dos participantes. O presente trabalho tem como objetivo descrever a experiência vivida por uma integrante do referido projeto, explicitando os benefícios e dificuldades encontrados durante sua execução. Para tanto, utilizou-se o método de relato de experiência. Participam do projeto alunos com deficiências motoras e/ou cognitivas. Constata-se que esta tem sido uma vivência gratificante, pois é possível ver como os participantes evoluíram em relação à motricidade fina e socialização. Eles relatam que algumas dificuldades enfrentadas inicialmente já foram superadas a partir da prática constante das atividades propostas. Verificou-se, no decorrer das oficinas, a necessidade de uma maior sensibilização na proposição de ações, uma vez que têm integrantes mais independentes e outros que precisam de um maior direcionamento até os materiais, mostrando, assim, a importância de se ter um olhar único para cada integrante. Algumas mães apoiam no projeto, fazendo crochês nos panos de prato pintados pelos participantes para serem vendidos. A verba é revertida para a compra de materiais para o projeto e lanche para os alunos. Percebe-se que o fato das oficinas ocorrerem em um espaço de educação formal desperta neles um sentimento de igualdade e inclusão. A falta de verba é a principal dificuldade para a execução deste projeto, uma vez que limita o número de atividades que podem ser executadas pelos alunos. A equipe do projeto se empenha, principalmente, para que haja um ambiente agradável para todos os participantes e para que eles tenham um sentimento de pertencimento e acolhimento. Essa prática é um exercício contínuo de empatia e superação, ao passo que é desafiante pensar e ensinar cada pessoa, considerando sua deficiência e sem subestimar a sua competência. O projeto possibilita o desenvolvimento pessoal e profissional dos bolsistas, pois insere o estudante como protagonista de sua formação profissional, desenvolvendo competências, tais como: empatia, liderança, trabalho em equipe e resolução de problemas, contribuindo para a sua atuação no mundo do trabalho e sua formação cidadã.