Última alteração: 15-03-2018
Resumo
As unidades de produção de leite demandam constante melhoria de competitividade, como aumento de qualidade e produtividade. Para tanto, necessitam soluções estratégicas e inovadoras. A utilização de sistemas robóticos de ordenha vem ganhando espaço no campo por ser uma tecnologia que melhora a qualidade do leite e substitui mão de obra. A presente pesquisa objetivou identificar as razões que estimulam ou não a adoção do sistema pelos agricultores, bem como a potencial viabilidade econômica do mesmo. Caracteriza-se metodologicamente como um ensaio teórico tendo como base a pesquisa bibliográfica. Considera a realidade do Brasil e, especialmente, demais países que adotam a tecnologia a mais tempo. Os fatores que estimulam os agricultores a adotar a automatização da ordenha são: substituir o ordenhador pelo equipamento autônomo que realiza todas as funções exercidas pelo humano, permitindo o desprendimento dos horários fixos antes estabelecidos pelas ordenhas diárias; maior bem estar aos agricultores; flexibilidade de horários; diminuição da mão-de-obra; aumento da produção leiteira (maior quantidade de ordenhas no dia); mantém e, muitas vezes, aumenta a qualidade do leite, quando comparado a sistemas convencionais; ganhos econômicos percebidos de novas tecnologias (aumento na produtividade e qualidade do leite); fornece várias informações para melhorar o manejo geral do rebanho; diminuição dos custos com mão-de-obra; e, maior controle e padronização das atividades. Por outro lado, os principais entraves para adoção da tecnologia são: dependência de eletricidade; maior consumo de água; e, alto investimento inicial, que pode ser três vezes maior que num sistema convencional. O sistema de ordenha robótico é mais caro e ainda tem dificuldade em competir do ponto de vista econômico com os sistemas convencionais de ordenha. Entretanto, tem alta adoção na Europa e Estados Unidos da América (EUA), independente do custo, devido à disposição do produtor em pagar um maior valor pelo equipamento, pois este permite uma maior qualidade de vida. Uma das particularidades do sistema está na existência de um número limite de vacas que cada robô é capaz de ordenhar, não sendo viável a busca de economias de escala como estratégia, o que é usual na bovinocultura de leite tradicional. Porém, pode ser alternativa em propriedades familiares que buscam agroindustrializar, em que a utilização do robô na ordenha liberaria mão de obra para atividades à jusante da produção de leite, as quais agregam maior valor à produção.