Portal de Eventos do IFRS, 6º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT)

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Experiências de leitura: a literatura em percursos formativos singulares
Ana Clara Maia Beltrão dos Reis, Laura Becker Quaresma, Karolaine Guimarães de Freitas, Carolina Eidelwein, Rose Teresinha da Rocha Mayer, Juliano André Kreutz

Última alteração: 14-03-2018

Resumo


São incógnitas, as funções da arte. A Literatura encobre-se de enigmas, ao ponto de não se saber exatamente o que é. Seus sentidos dependem da maneira que se lê e não da natureza do que é lido. Convencionalmente, são ditos literários, os textos de "motivação estética", os discursos ficcionais e poéticos, que tendem à plurissignificação, que transgridem os códigos da língua, que criam ritmos inesperados, que preferem as subjetividades, as intuições, o imaginário e a fantasia. Estes textos que provocam estranhamentos e perspectivas inusitadas sobre a existência, que aproximam e estabelecem relações de semelhança e de causalidade entre matérias dispersas na experiência cotidiana, interessam em múltiplos contextos, inclusive nos processos da Reforma Sanitária Brasileira, pois ampliam os horizontes de interpretação e de intervenção em saúde. A Literatura emerge como contraponto ao saber médico de determinada época; testemunho de uma mentalidade sanitária; elemento humanizador do ensino; lazer de trabalhadores em saúde; expressão de vozes marginais; e exemplificação de casos clínicos. A partir desta compreensão, propôs-se o projeto de pesquisa "Experiências de leitura: estudos sobre a literatura e a formação de trabalhadores em saúde", no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) - Campus Alvorada, a fim de analisar interseções entre a profissionalização de trabalhadores em saúde no Brasil e experiências de leitura de textos literários. Entendida a pesquisa como um modo de produção de conhecimentos e de emancipação intelectual, engendrou-se um percurso formativo dedicado aos objetivos de aprendizagem da bolsista-pesquisadora, a contemplar a experimentação de práticas necessárias à investigação em saúde. Na perspectiva da autogestão pedagógica, propô-se a configuração de um "Percurso Formativo Singular". Metodologicamente, organiza-se em três eixos: a) formulação e problematização de uma vontade de aprender; b) sistematização de estratégias de análise (conversas, escritas de diário, ensaios, etc.); c) experimentações (entrelaçadas por narrativas ficcionais). Semanalmente, a bolsista-pesquisadora experiencia diferentes programas de aprendizagem, comentados e analisados por três trabalhadores em saúde e três estudantes de cursos técnicos, das áreas de Produção de Áudio e Vídeo e de Meio Ambiente. Os encontros ocorrem na Escola de Saúde Pública, em Porto Alegre, RS, referência estadual para as políticas de educação em saúde. Resulta da integração de saberes e de linguagens, a ampliação dos horizontes das práticas de construção de conhecimento. Ainda, desenvolvem-se tecnologias não diretivas de educação em saúde. Deste processo derivará a criação de novos problemas e questões de pesquisa no âmbito da Educação em Saúde.


Palavras-chave


Educação; Saúde Coletiva; Literatura

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