Portal de Eventos do IFRS, 6º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT)

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Florística e distribuição espacial de epífitas vasculares no Parque Natural Municipal de Sertão, RS
Letícia Mesacasa, Roberta Saldanha Gradin, Júlia Loss Ribas, Liana Dambros, Juliana Marcia Rogalski

Última alteração: 14-03-2018

Resumo


As epífitas devido as suas características fisiológicas e nutricionais possuem um papel fundamental nos estudos referentes à interferência antrópica. Funcionam como bioindicadores do estádio sucessional. O Parque Natural Municipal de Sertão (PNMS) apresenta cerca de 500 hectares de Floresta Ombrófila Mista, em diferentes estádios sucessionais, devido à extração de madeira. Este estudo tem como objetivo conhecer o componente epifítico vascular do PNMS. O levantamento florístico das epífitas vasculares está sendo efetuado quinzenalmente, desde maio de 2017, onde está sendo realizada a coleta de espécimes em floração e frutificação (Angiospermas), ou com esporos (Pteridófitas). Para cada espécie epifítica foi registrada sua(s) posição(ões) nos forófitos, sendo: I= base do tronco; IIa= metade inferior do tronco; IIb= metade superior do tronco; III= ramos primários; IV= ramos intermediários; e V= ramos externos. Foram coletadas e identificadas ao todo 52 espécies de epífitas vasculares, pertencentes a 32 gêneros e 12 famílias botânicas: Orchidaceae (17), Piperaceae (8), Polypodiaceae (8), Cactaceae (6), Bromeliaceae (4), Aspleniaceae (2), Pteridaceae (2). Araliaceae, Blechnaceae, Commelinaceae e Gesneriaceae apresentaram uma espécie cada. Dentre as espécies registradas 30 foram classificadas como epífitas obrigatórias, 20 como epífitas facultativas e duas como epífitas acidentais. Das espécies registradas, nove foram muito abundantes (17%), 11 abundantes (21%), seis pouco abundantes (12%), 15 raras (29%) e 11 muito raras (21%). As espécies com maior ocorrência foram Campyloneurum austrobrasilianum (Alston) de la Sota, Microgramma squamulosa (Kaulf) de la Sota, Niphidium crassifolium (L.) Lellinger e Pleopeltis pleopeltifofia (Raddi) Alston (Polypodiaceae); Lepismium holletianum (Lem.) Barthlott e Lepismium warmingianum (K. Schum.) Barthlott (Cactaceae); Peperomia catharinae Miq. e Peperomia trineura Miq. (Piperaceae); e Hapalorchis lineata (Lindl.) Schltr. (Orchidaceae). Quanto à distribuição vertical das espécies: 23% ocorreram na posição I; 13% ocorreram na posição IIa; 11% na posição IIb; 25% na posição III; 21% na posição IV; e 0,7% na posição V. A família Cactaceae ocorreu com exclusividade na posição V. Orchidaceae teve o maior número de espécies na posição IV (70,5%), Polypodiaceae predominou na posição III (71,4%) e Piperaceae na posição I. Os representantes das demais famílias ocorreram principalmente nas posições I, IIa e IIb. As espécies que apresentaram distribuição vertical mais ampla foram M. squamulosa e L. houlletianum, ocorrendo nas posições IIb, III, IV e V. Das 52 espécies registradas, 12 delas encontram-se na Lista Nacional das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, o que mostra a importância das unidades de conservação para manutenção destas espécies.


Palavras-chave


Distribuição Vertical; Espécies Ameaçadas

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