Portal de Eventos do IFRS, 6º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT)

Tecnologias digitais na educação escolarizada e as práticas de inclusão
Leticia Pra, Carine Bueira Loureiro

Última alteração: 14-03-2018

Resumo


As primeiras décadas do século XXI são marcadas pelo rápido desenvolvimento e difusão de tecnologias digitais móveis de comunicação e informação em escala mundial. Nestes termos, também presencia-se a popularização dos artefatos digitais entre alunos da Educação Básica. É também nos primeiros anos deste século, que a ideia de inclusão se torna pauta dos debates políticos, midiáticos, econômicos e educacionais, torna-se lei e se constitui em um direito. Assim, os estudos realizados neste projeto de pesquisa “Tecnologias digitais na educação: a inclusão como foco de investigação” tem o objetivo de conhecer como é abordada a relação entre o uso destas tecnologias na educação escolarizada e as práticas de inclusão. Como problema central, pergunta-se que tipos de saberes e concepções relativas à educação inclusiva são propagados em documentos que orientam a utilização das tecnologias digitais como ferramenta para aprendizagem? Também é um dos objetivos, problematizar práticas discursivas que produzem verdades em relação ao uso das tecnologias digitais como recurso para práticas inclusivas de aprendizagem. Para atender aos objetivos e ao problema, foi realizada uma pesquisa documental arqueogenealógica de cinco documentos publicados por organismos supranacionais e fundações, que emitem diretrizes para o uso destas tecnologias na educação. A análise foi feita com o aporte teórico dos estudos foucaultianos e com a utilização do conceito-ferramenta de discurso. A investigação ocorreu a partir do escrutinamento dos documentos selecionados. Importa destacar que esta pesquisa dá continuidade à investigação “Tecnologias Móveis Sem Fio como Ferramenta de aprendizagem” (Edital PROPPI 009/2016 – PIBIC), na qual foi mapeada uma rede de interesses privados comprometidos com a difusão de práticas discursivas que prescrevem comportamentos relacionados à utilização das tecnologias digitais móveis na educação escolarizada. Até então, é possível constatar que tais práticas discursivas, que enaltecem o uso destas tecnologias como ferramenta de aprendizagem, podem promover dois tipos de derivações: autoaprendizagem e aprendizagem permanente. Estas tomadas como verdades, criam condições de possibilidade para o esvaziamento das funções docentes e discentes, reconhecidas na escola Moderna. A importância do desenvolvimento desta pesquisa está na necessidade de conhecer e problematizar como práticas de inclusão são abordadas em diretrizes que orientam o uso de tecnologias como ferramenta de apoio para o processo de aprendizagem. Ademais, é necessário lançar um olhar mais interessado para organismos e empresas difusores destas diretrizes, pois os discursos propagados nelas acabam se constituindo verdades dentro da racionalidade política contemporânea.

Palavras-chave


Inclusão; Tecnologias; Aprendizagem

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