Portal de Eventos do IFRS, 6º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT)

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Caracterização genética por marcadores moleculares de bactérias ácido láticas isoladas na Serra Gaúcha
Letícia Caroline Fensterseifer, Shana Paula Segala Miotto, Simone Bertazzo Rossato, Eunice Valduga, Rogério Luis Cansian, Evandro Ficagna

Última alteração: 14-03-2018

Resumo


O estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor de uvas no país, tendo a Serra Gaúcha como a região que mais se destaca em área plantada, sendo assim a mesma também desponta como grande produtora de vinhos finos. Como os vinhos de altitude possuem grande concentração de ácido L-málico expressando uma acidez acentuada, realiza-se a fermentação malolática no intuito de melhorar a palatabilidade dos mesmos, agregando qualidade organoléptica e diminuindo a acidez. As responsáveis por esta fermentação são as bactérias ácido láticas, que estão presentes naturalmente nas uvas, porém uma fermentação de qualidade é realizada por cepas que descarboxilem o ácido L-Málico, produzindo ácido L-Lático e CO2. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade genética destas bactérias isoladas de uvas tintas: Merlot, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon. Foi realizada a extração e quantificação do DNA genômico total e posterior amplificação PCR-RAPD dos isolados e de bactérias comerciais Oenococcus oeni e Lactobacillus plantarum, para avaliar a diversidade genética entre os mesmos. A amplificação dos fragmentos foi realizada com 4 primers não específicos, e corrida em gel de agarose 1,4%. Os géis foram fotografados, as bandas contadas, totalizando 38, com tamanho variando entre 0,5 a 2,0 kb, sendo possível evidenciar a diversidade genética entre os isolados analisados. De acordo com a presença ou ausência das bandas foi construída uma matriz binária com o software Excel e a plotagem destes dados em um dendrograma, através do software PAST, utilizando o método UPGMA e coeficiente de Jaccard. Os resultados demostram uma grande variabilidade genética, com a formação de grupos definidos, tendendo tanto para O. Oeni quanto para L. plantarum. O primeiro grupo apresentou um grau de similaridade de 60%, enquanto os demais isolados apresentam em torno de 40% de semelhança. Estes valores podem ser explicados pela atividade ou não das enzimas málica e malato desidrogenase, presente nas cepas estudadas, sendo responsáveis pela descarboxilação do ácido L-Málico, porém apenas a enzima málica realiza a produção de gás carbônico, o que é de interesse para a produção de vinhos. A técnica empregada permitiu diferenciar as bactérias ácido láticas isoladas, bem como agrupá-las de acordo com a semelhança em relação as cepas comerciais, porém não houve ligação dos agrupamentos formados de acordo com as variedades de uva utilizadas. O estudo permitiu inferir quais são mais aptas para a realização da Fermentação Malolática na indústria enológica, de acordo com sua semelhanca a O. oeni.


Palavras-chave


Descarboxilação biológica; Culturas ‘starter’; Vinificação; Biotecnologia

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